A Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná está fazendo um alerta sobre o uso indiscriminado de medicamentos antifúngicos, por conta do surgimento da cepa de um fungo que invade a corrente sanguínea e pode levar à morte – a Candida parapsilosis. O surto de casos do fungo, em ambiente hospitalar, foi registrado durante um dos picos da pandemia de Covid-19. Mas, os cuidados ainda precisam ser mantidos.

Uma pesquisa nacional feita em 2020 e 2021, divulgada neste mês, mostra que dentre os pacientes do estudo, 54% faziam uso de cateter quando tiveram a infecção diagnosticada. No total, a mortalidade em 30 dias foi de 59,6%.

Dr. Rafael Deucher, médico intensivista, presidente da Sotipa (Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná), membro do Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva – CEPETI e professor no curso de Medicina da UFPR explicou que a alta, durante os períodos mais críticos da pandemia, já era esperada.

A medida agora, de acordo com o presidente da Sotipa, é o aumento do controle de alguns medicamentos.

O especialista lembra ainda que as infecções por Candida ocorrem principalmente no ambiente hospitalar, onde há pacientes com o sistema imune comprometido e se faz uso de procedimentos invasivos, como hemodiálise, aplicação de medicamentos na veia e respiração mecânica, que também podem levar Candida para a corrente sanguínea.