Uma investigação realizada pela Controladoria Geral do Estado do Paraná (CGE) apontou suspeitas de que o ex-controlador-geral do estado, Raul Siqueira, teria cometido crimes como rachadinha e desvio de bens enquanto ocupava o cargo na instituição.
Siqueira foi controlador-geral entre 2019 e abril de 2023. O processo indicou que ele pode ter adquirido parte dos salários de funcionários da CGE e adquirido bens doados pela Receita Federal para a instituição, responsável por controlar as ações do governo estadual.
No documento, é citado que ele teria ficado com mais de 20 itens, como tablets, impressoras, roteadores de internet, notebooks e um monitor de computador. A ação é considerada desvio de patrimônio e configurada como crime de peculato.
Raul Siqueira também teria realizado ao menos duas viagens oficiais de maneira irregular, gerando prejuízo ao poder público e causando possível enriquecimento ilegal. O processo de apuração havia sido aberto em dezembro e a análise foi concluída em janeiro.
No parecer final, o documento pede para que o caso seja encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MPPR) e à Polícia Civil. A nova controladora-geral, Luciana Azevedo, ficará responsável pela decisão. O caso pode ser arquivado, caso ela considere necessário.
O ex-controlador, que é advogado, ocupava atualmente cargo como diretor jurídico na Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Após o resultado da investigação vir à tona, ele pediu exoneração do cargo. A decisão foi divulgada na última quarta-feira (7).
Por meio de nota, Raul Siqueira informou que optou por sair do cargo da Sanepar para possibilitar que as investigações prossigam de maneira imparcial e transparente. Ele alegou ainda que sua exoneração não representa o que seria culpa, mas a busca de apuração justa, isenta e imparcial.
O governo do estado informou, por meio de nota, que o processo de sindicância da CGE não foi finalizado e segue o rito determinado pela legislação. O Executivo apontou que aguarda a conclusão do processo para, então, tomar as medidas cabíveis.
A CBN Curitiba entrou em contato com a CGE para saber mais detalhes sobre os desdobramentos do caso, que também informou a não conclusão do procedimento. A Sanepar disse que o pedido de renúncia do cargo foi efetuado nesta semana pelo próprio diretor, mas não apresentou detalhes de motivo da saída dele.