O setor de agropecuária, florestas e uso do solo representa 54% nas emissões de Gases do Efeito Estufa no Paraná. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (14) pelo Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais e fazem parte do Inventário Estadual de Emissões de Gases de Efeito Estufa. O documento coletou dados entre 2005 e 2019.

O setor de energia também apresentou grande contribuição nas emissões do estado (36%). No geral, as emissões estaduais entre os anos de 2005 e 2019 tiveram um aumento de 8%.

O professor em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP), Alysson Nunes Diógenes, diz que essas duas áreas são habitualmente as principais responsáveis pelas emissões. Para a agricultura, ele explica que as queimadas intencionais costumam ser métodos mais baratos para limpeza de áreas.

Rotação na lavoura e suplementação do solo costumam ser métodos que auxiliam o meio ambiente.

Já em relação a energia, o professor destaca a Usina de Itaipu, hidrelétrica do Paraná, que não emite poluentes.

Entre as ações de melhoria no estado, ele destaca o ABC+, plano que procura a baixa emissão de carbono no Paraná.

O município de Araucária, na Região Metropolitana, representa 14% das emissões estaduais do setor de energia. A cidade contempla os consumos de combustíveis e também aloca as emissões relacionadas ao refino de petróleo, que representam 73% do total do município.

Os principais gases emitidos no Paraná foram 75% de CO2, 17% de N2O e 7,5% de CH4 em 2019.

Os dados do relatório devem auxiliar no Plano de Ação Climática do Paraná 2024-2050, lançado pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável. Ele contém metas e ações a partir de grandes eixos e pretende ser um instrumento efetivo com estratégias exequíveis para implantação de melhorias e redução e mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Entre as metas abertas a contribuições estão: realizar a análise de 100% das inscrições no Cadastro Ambiental Rural (CAR); diminuir o desmatamento ilegal; ampliar a eletrificação de rodovias; aumentar a participação de biocombustíveis na matriz energética; apoiar a Nova Ferroeste como novo corredor de grãos e contêineres; promover ainda mais a geração distribuída realizada por consumidores independentes; fomentar a economia circular; consolidar o mercado regulado de carbono; zerar a destinação de materiais metálicos aos aterros e os lixões; e estimular a implementação de novas tecnologias para realizar a compostagem de lodo de esgoto.