Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que as condições do pavimento nas rodovias paranaenses geram um aumento de 30% nos custos para os operadores de distribuição de carga no estado. O levantamento avaliou 6,3 mil quilômetros de malha rodoviária existentes no Paraná.
Nas rodovias, são comuns as queixas de motoristas de caminhões sobre as más condições dos pavimentos. O caminhoneiro Pedro Rodrigues é usuário da BR-277, importante ligação entre o litoral e o oeste paranaense. Ele contou que os reparos existentes, quando acontecem, não são suficientes para manter a estrutura da rodovia.
A diretora-executiva adjunta da CNT, Fernanda Rezende, que foi uma das pessoas responsáveis por realizar o levantamento, explicou que a pesquisa elaborada para mapear os pontos críticos das rodovias do Paraná mostrou como a falta de manutenção gera prejuízos ao setor do transporte. A situação aumenta o custo existente dentro das empresas.
No início de fevereiro, foram assinados os contratos de concessão de dois trechos da BR-277. O primeiro corresponde ao percurso entre Curitiba e Prudentópolis; e o segundo, entre a capital e o litoral. A cobrança de pedágio deve iniciar em março. Para Fernanda Rezende, os gastos com as cabines de cobrança serão menores se comparados à atual situação.
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Ao longo de dois anos, as rodovias do antigo Anel de Integração ficaram sob concessão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), no caso das federais; e do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), no caso das estaduais. O período sem concessões para a iniciativa privada sobrecarregou o sistema de manutenção das estradas. Os problemas foram sentidos pelos motoristas, como o caminhoneiro Volnei Sclemin.
O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli, apontou que os problemas de infraestrutura das rodovias foram prejudiciais para o setor de distribuição. Em dois anos, o prejuízo financeiro para as empresas chegou a R$ 450 milhões. Ele destacou que as obras de manutenção e ampliação precisam ser executadas para evitar novos transtornos.
A pesquisa realizada pela CNT indicou ainda que os gastos provocados pelas más condições do pavimento das rodovias fizeram com que R$ 61,8 milhões em óleo diesel fossem desperdiçados em 2023. Os problemas gerados pela falta de estrutura nas rodovias obrigaram as empresas do setor de transporte a gastarem R$ 406 milhões a mais no período só com abastecimento.
O restante da BR-277, que está sob concessão federal, deve ser leiloado no segundo semestre deste ano. O projeto de privatização prevê a duplicação das áreas de pista simples e a manutenção da rodovia. Porém, os editais preveem que os primeiros reparos serão em pontos específicos, e as obras de grande porte só deverão avançar nos próximos anos.
A CBN Curitiba entrou em contato com o DER-PR, que afirmou que as rodovias federais não são de responsabilidade do estado. O órgão reforçou que cuida de 12 mil quilômetros de estradas onde há serviços de operação e manutenção, com serviço de atendimento por telefone 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo feriados, pelo telefone 0800-400-0404.
A reportagem também tentou contato por telefone e e-mail com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para saber quais ações emergenciais serão tomadas até o início ou a conclusão das obras previstas pelas concessões das rodovias pedagiadas, mas não obteve resposta.