Tubarões e raias fazem parte do grupo dos elasmobrânquios, peixes cartilaginosos com maxilares bastante desenvolvidos, fendas branquiais nas laterais e boca ventral. Essas espécies fazem parte dos estudos de um grupo de pesquisadoras que atuam no Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar). As cientistas têm o objetivo de encontrar maneiras de conservar essas espécies no Litoral do Paraná, pois os animais são ameaçados pelas ações do homem.


Algumas espécies de elasmobrânquios encontrados na costa paranaense estão ameaçadas de extinção, como a raia-viola-do-focinho-curto, o tubarão-martelo-liso e o tubarão-martelo-entalhado. Entretanto, a raia-viola é considerada criticamente ameaçada e consta na lista vermelha de espécies que correm o risco de desaparecer, ou seja, está muito perto de entrar para a pior categoria: extinta na natureza.


Para que isso não aconteça, a pesquisadora Renata Daldin Leite, que faz parte do Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha, realiza os estudos de campo diretamente pescadores.

 

 


Graduada em Bióloga pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), com mestrado e doutorado em Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Renata elabora materiais didáticos voltados para a conservação das espécies. A especialista também é Pós-Doutoranda no Programa de Ecologia e Conservação no Laboratório de reprodução e comunidade de peixes da Universidade Federal do Paraná.


A cientista explicou que sempre teve interesse pelas ciências marinhas, especialmente por tubarões e raias.

 

 


Renata Leite falou sobre os desafios financeiros e também de gênero para desenvolver os estudos.

 

 


Outra Bióloga que dedica os estudos às raias e aos tubarões, é Eloisa Pinheiro Giareta. Com mestrado e doutorado em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná, Eloisa explicou como funciona a soltura de raias na natureza, capturadas de forma acidental durante a pesca.

 

 


O pouco investimento nas pesquisas é apontado como um dos entraves para gerar estudos de qualidade e fundamentados.

 

 


Segundo Eloisa, a recompensa pelo trabalho realizado acontece no momento da devolução dos animais ao mar, além da relação entre as pesquisadoras e os pescadores, que produz uma troca assertiva para ambos os lados, já que o conhecimento gerado pelo grupo pode favorecer uma pesca mais sustentável e menos prejudicial para os animais.

 

 


As ações desenvolvidas pelo programa Rebimar já possibilitaram que 371 fossem devolvidas para a natureza em segurança.


Ao contrário do que acontece com as raias, os tubarões frequentemente acabam capturados pelas redes de pesca e em seguida revendidos no mercado pesqueiro como cação. A carne de cação é altamente consumida pela população, por não ter espinho e ter um valor comercial baixo.


O Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha também realiza trabalhos para avaliar a contaminação por mercúrio e chumbo dessas espécies comercializadas. Esse tipo de estudo avalia o grau de contaminação do Bioma Costeiro por se tratar de espécies do topo da cadeia, que constantemente acumulam a contaminação marinha.