Uma pesquisa paranaense mostra que pacientes que tiveram Covid-19 ficaram com sequelas. Os sintomas vão desde perda de memória a dificuldades para andar. Outra reclamação frequente é o cansaço, relatado por boa parte dos pacientes que fizeram parte do estudo.

As informações que começaram a ser coletadas no auge da pandemia, durante os atendimentos feitos no ambulatório do Hospital Universitário Cajuru, acabaram servindo como base para a pesquisa feita em parceria com a PUCPR. A coordenadora da pesquisa, Cristina Baena, explica a motivação para dar início ao trabalho.

Quanto mais manifestações da doença durante a infecção, mais sintomas seguem presentes no término dela. É o que esclarece a pesquisadora.

De acordo com os dados obtidos e analisados pelo ambulatório com atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), 82,1% dos pacientes apresentaram perda de peso, 76,8% falta de ar, 49,1% fadiga, 49,1% fadiga de membros inferiores, 44,6% dores em membros inferiores, 41,1% insônia, 41,1% hipertensão pela primeira medida ambulatorial e 39,3% tosse.

Entre os que sentiram falta de ar, um em cada cinco pacientes relataram o incômodo após andar menos de 100 metros e 12% disseram não sair mais de casa por esse motivo. São comuns os relatos de vítimas que se consideravam curadas da Covid longa, mas voltaram a ter problemas depois que tentaram se exercitar, por exemplo.

Segundo os dados da pesquisa, quando os sintomas persistem três meses depois da infecção inicial, a pessoa está com Covid longa ou síndrome pós-covid. Nestes casos, podem aparecer problemas relacionados aos sistemas respiratório e cardiovascular ou ainda queixas, como dores no corpo, perda de cabelo, problemas auditivos, insônia, alteração dermatológica e perda de memória.

Todos estão interligados ao coronavírus e podem começar a surgir meses depois da cura da doença. Mais de dois anos do início da pandemia, a medicina ainda estuda os efeitos de curto e longo prazo da Covid-19 no organismo.