A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) pede que a população se mantenha alerta para os cuidados contra a dengue. Entre as orientações está a eliminação de focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Essa atitude é fundamental para evitar a transmissão da dengue.

Além disso, a Sesa alerta que as atividades dos agentes de combate a endemias, como coleta de dados, trabalhos de campo das equipes especializadas, ações educativas para a população, entre outras atuações, não são suficientes se não houver a participação da população. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde a cooperação dos moradores do estado é essencial para a eliminação dos criadouros do mosquito, pois a maioria dos focos está localizada em terrenos e residências.

Essa mobilização já acontece desde o início do atual período sazonal da doença, que começou em agosto do ano passado. Entretanto, as ações são intensificadas devido aos dados do Boletim Epidemiológico da dengue divulgado, nesta terça-feira (17), pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que aponta nove mortes e mais de 12.400 novos casos em todo o Paraná. Isso significa um aumento de quase 29% em relação aos dados do último boletim publicado na semana passada. As pessoas que morreram eram moradores de Matinhos, Cafelândia, Cascavel, Terra Boa, Loanda, Nova Londrina, Maringá, Toledo e Telêmaco Borba. Ao todo o Estado já soma 21 mortos e quase 151.000 casos notificados.

Dos 380 municípios que registraram notificações de dengue, 328 confirmaram a doença, sendo que em 286 os casos autóctones, ou seja, a doença foi contraída no próprio município.

Para esclarecer a população a Sesa tira algumas dúvidas, além de acabar com mitos sobre a dengue, o que pode ajudar a evitar novos casos.

Entre as orientações estão dicas de como a pessoa reconhece o mosquito Aedes aegypti, que apresenta corpo escuro, com listras brancas e tem o hábito de picar, principalmente, durante o dia.

A população também pode ajudar a combater a proliferação de criadouros, tanto em casa quanto no local de trabalho ou de estudo, ao dar a correta destinação ao lixo. Além de eliminar recipientes que possam acumular água. Os mais comuns são pneus, calhas, vasos, pratos de plantas, garrafas, caixas d’água sem tampa ou com a tampa quebrada, latas, lonas ou plásticos, ralos, bromélias, piscinas sem tratamento, banheiros sem uso, cisternas sem vedação adequada e qualquer recipiente que possa ficar com água parada.

É importante destacar que não existe transmissão por contato direto com uma pessoa doente ou suas secreções. As pessoas também não se contaminam por meio de fontes de água, alimento ou uso de objetos pessoais de quem está infectado pela dengue. A transmissão ocorre apenas por meio da picada do mosquito infectado.

Os principais sintomas da dengue são: febre alta (acima de 38.5ºC), dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Outros sintomas mais graves, como dor abdominal intensa, vômito persistente, tontura, diminuição do volume urinário e muito cansaço também podem ocorrer.

Os sintomas costumam aparecer entre três a quinze dias após a picada do mosquito infectado.

Os sintomas da dengue são parecidos com o de uma gripe, pois ambos apresentam entre os possíveis sinais febre, dores de cabeça e no corpo, cansaço e mal-estar. Porém, a dengue não apresenta sintomas respiratórios como coriza, nariz entupido ou tosse. O paciente deve procurar atendimento médico assim que os sintomas aparecerem.

Também é importante alertar sobre alguns medicamentos que são contraindicados em caso de dengue, como os derivados de Ácido Acetilsalicílico (AAS), que interferem na função plaquetária e assim, aumentam os riscos de sangramentos e hemorragias. Os anti-inflamatórios também podem causar sangramento digestivo em pacientes com predisposição. Pessoas que fazem uso contínuo de medicamentos devem informar na consulta médica para readequação conforme o caso e evitar a automedicação. O diagnóstico é realizado por meio da avaliação médica, sendo baseada em exame clínico do paciente e vínculo epidemiológico. Também podem ser realizados exames complementares, como por exemplo, o hemograma, para identificar a gravidade da doença e realizar o estadiamento da dengue.

Outro mito derrubado é sobre colocar água sanitária na água, pois não evita a proliferação das larvas. A única maneira é com a eliminação de depósitos de água.

Já a utilização do “fumacê” é realizada como último recurso para combater o transmissor e possui caráter complementar às demais ações de controle, já que tem alcance limitado e grande impacto ambiental. O “fumacê” deve ser usado apenas em operações emergenciais na tentativa de contenção de surtos ou epidemias.