A primeira reunião do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE), promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), nesta terça-feira (7), focou principalmente o cenário da situação epidemiológica da febre chikungunya e o avanço das medidas adotadas, especialmente nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Além disso, foram registradas mais duas mortes em decorrência da dengue no estado.
Representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), das secretarias municipais e também das equipes técnicas de atenção e vigilância participaram do encontro.
O alerta foi emitido pela Secretaria Estadual da Saúde, na última quinta-feira (2), em razão do surto da doença no Paraguai, país vizinho que faz fronteira com cidades paranaenses, que já registrou a morte de cinco pessoas, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde e Bem-Estar Social do Paraguai.
Além disso, houve registro de três casos autóctones de febre chikungunya no Paraná, que significa que a pessoa contraiu a doença na cidade onde mora. Conforme a Sesa, os casos foram diagnosticados nos municípios de Pato Branco, no Sudoeste, em Foz do Iguaçu e em São Miguel do Iguaçu, na região Oeste.
A coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Belmonte, alertou que os últimos dados apontam uma tendência de que essas regiões podem registrar uma epidemia.
O secretário de Saúde do Paraná, César Neves, afirmou que o estado segue atento aos casos da doença, tanto que foi emitido um aviso para as 22 Regionais de Saúde para um possível aumento de casos da febre chikungunya
César Neves informou que o Ministério da Saúde já foi acionado para fornecer mais insumos para o estado.
De acordo com o boletim epidemiológico semanal da dengue, divulgado nesta terça, o Paraná tem dez casos confirmados de chikungunya, sendo seis importados, três autóctones e um segue em investigação quanto ao local provável de infecção. O informativo ainda trouxe 107 notificações e 41 permanecem em investigação.
As recomendações da Secretaria de Saúde do Paraná, enviadas aos municípios, indicam a notificação imediata do caso, em até 24 horas, a partir da suspeita da doença para a Secretaria Municipal de Saúde, além de outras ações de comunicação e divulgação para a população.
O mosquito vetor da chikungunya é o Aedes aegypti, o mesmo que transmite o vírus da dengue e da zika. As autoridades de saúde lembram que a população também pode ajudar a combater a proliferação de criadouros do mosquito ao dar a correta destinação ao lixo, realizar a limpeza dos quintais, retirar a água parada de vasos e plantas, além de eliminar qualquer recipiente que possa acumular água e higienizar vasilhas de comida e água de animais diariamente.
Os principais sintomas da doença são febre, dores intensas nas articulações e no corpo, dor nas costas, erupções avermelhadas na pele, dor de cabeça, náuseas e vômitos, dor no globo ocular, dor de garganta, calafrios, diarreia ou dor abdominal, sintoma que aparece principalmente em crianças. Segundo a Sesa, a chikungunya pode deixar as pessoas incapacitadas total ou parcialmente, por meses ou anos, em razão de dores articulares crônicas.