No Brasil, não há registro de casos de poliomielite há 34 anos e essa conquista foi possível em razão das ações de vacinação, o que garantiu ao país certificação de eliminação da doença. Porém, nos últimos anos esses índices apresentam queda e estão bem distantes do objetivo do Ministério da Saúde (MS) que é imunizar 95% do público-alvo, formado por crianças abaixo de 1 ano de idade.

Conforme dados do Programa Nacional de Imunização (PNI), em 2015, a cobertura da pólio no Paraná estava acima de 97%. Já em 2021 foi de aproximadamente 80%. Em 2022, os dados apontaram que somente 84% das crianças abaixo de 1 ano tomaram a vacina. Este ano, o número parcial está em quase 93%.

O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, fez um alerta sobre a baixa adesão à vacinação nos últimos anos e falou sobre a importância desse imunizante.

Beto Preto destacou a volta de algumas doenças em razão dos baixos índices de imunização.

Também conhecida como paralisia infantil, a poliomielite é contagiosa. A doença pode infectar crianças e adultos e é causada pelo poliovírus. O contagio acontece por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas. As consequências da poliomielite correspondem a sequelas motoras e não há cura. Os principais efeitos da doença são ausência ou diminuição de força muscular nos membros afetados e dores nas articulações.

A forma mais popular de imunização é feita pela vacinação oral, a “gotinha”. Conforme o calendário, a vacina oral contra a poliomielite é indicada para crianças de 15 meses e como dose de reforço 4 anos de idade. No entanto, necessita ser antecedida da vacinação com o imunizante inativado, que é aplicado de forma injetável aos 2 meses (1ª dose), 4 meses (2ª dose) e 6 meses (3ª dose) do imunizante.
Entre as causas dos baixos índices de vacinação está a divulgação de informações falsas nos meios digitais. Para combater as chamadas fake news e as redes de disseminação de desinformação, o governo federal lançou uma iniciativa interministerial Saúde com Ciência.

A proposta faz parte de uma estratégia do Ministério da Saúde para recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil, diante de um cenário de retrocesso, principalmente nos últimos dois anos, quando foram registrados os piores índices vacinais.

O governo federal vai firmar parcerias com plataformas de redes sociais, como TikTok, Kwai, YouTube e Google, que divulgarão conteúdos para direcionar os usuários para páginas do Ministério da Saúde quando realizarem buscas de palavras relacionadas ao tema.

Outra medida adotada pela União foi o lançamento do Portal Ciência Com Saúde. O objetivo é facilitar o acesso a informações confiáveis sobre vacinação. A plataforma também faz alertas e análises sobre desinformações identificadas que serão divulgadas nas redes sociais do governo e em plataformas de mensagens.