A situação que deixou passageiros perplexos aconteceu na terça-feira (6), na linha Capão Raso/Santa Cândida, em Curitiba, mas o caso se tornou público a partir da última quinta-feira (8), após a publicação das imagens nas redes sociais.

No vídeo, é possível ver um cadeirante negro que foi impedido de se locomover dentro de um ônibus do transporte público da capital, porque uma passageira se recusava a sair do corredor do coletivo para dar passagem ao rapaz.

Alguns passageiros tentaram intervir e pediram para que a mulher deixasse o cadeirante passar, mas ela permanecia imóvel e começou a discutir com quem tentava resolver a situação.

Em uma tentativa frustrada, o cadeirante sugeriu que a mulher pedisse lugar a um rapaz que está sentado em sua frente, mas ela disse que não queria sentar.

Nas imagens é possível ver que, apesar de a passageira estar em pé no coletivo, havia espaço para que ela desse passagem ao cadeirante.

Com a revolta das pessoas que presenciavam a situação, em dado momento da discussão, a mulher chegou a perguntar se “estava em uma floresta”. Os passageiros questionaram o que ela quis dizer, mas a mulher permaneceu calada.

Em seguida, o rapaz que estava sentado levantou para ceder lugar à mulher, que relutou por alguns instantes, até que resolveu sentar para que o cadeirante consiguisse passar e descer do ônibus.

O rapaz que estava na cadeira de rodas é estudante de direito e no dia seguinte, na quarta-feira (7), registrou boletim de ocorrência.

Paulo Silas Filho, mestre em direito e especialista em Ciências Penais e Direito Processual Penal, falou sobre os vários tipos de discriminação que existem.

O especialista afirmou que muitas pessoas confundem liberdade de expressão com o que configura crime.

As penalidades para os crimes de racismo e capacitismo podem variar de acordo com o entendimento do juiz, durante o julgamento do processo.

Em nota, a Polícia Civil informou que investiga o caso e realiza todas as diligências possíveis para localizar a mulher que aparece nas imagens. A corporação ainda disse que não serão repassados mais detalhes para não atrapalhar o andamento das investigações.