Um projeto artístico desenvolvido dentro do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, muda a rotina de tensão e expectativa de pacientes, familiares e funcionários da instituição. Com muito teatro, literatura e música, intervenções dão o remédio para quem precisa de uma dose a mais de esperança.

A unidade de saúde localizada na capital paranaense é o maior hospital pediátrico do Brasil. Uma instituição filantrópica que atende 47 especialidades diferentes. No entanto, em meio ao complexo setor médico, as performances do artista Ricardo Garanhani aproximam o mundo lúdico da difícil realidade dos tratamentos.

Ao todo, são realizadas 60 performances teatrais no espaço conhecido como Jardim dos Sonhos, localizado em frente ao prédio histórico do hospital. Com cores e música, os artistas se conectam com as pessoas que passam pela rotina exaustiva e exames e tratamentos, como explica o cantor Karuã Daros.

As ações no ambiente hospitalar acabaram se tornando uma publicação. Por meio se um livro, a ideia é mostrar como as canções geradas a partir de poesias podem ser uma maneira de colocar em evidência como a arte tem um potencial de cura importante. A escritora Adriane Havro destaca a importância da iniciativa.

O livro foi idealizado por integrantes do grupo Malasartes Educação Sensível, que é responsável pela criação e execução das performances realizadas no Hospital Pequeno Príncipe. A publicação é distribuída de forma gratuita aos participantes das ações na unidade de saúde. O escritor Érico Viensci também atuou no projeto.

Tanto as performances quanto o livro alegram as crianças e amenizam a dor de quem tenta dar o suporte para elas em um momento difícil. É o caso da Adriana Tavares Domingues, que é de Cornélio Procópio, no interior do Paraná. Ela é avó de uma paciente de apenas cinco anos e se emocionou ao acompanhar uma apresentação.

Projeto artístico no hospital acabou se tornando livro (Foto: Divulgação/Hospital Pequeno Príncipe)

Enquanto os familiares aguardam pela tão esperada alta, o sorriso é um ingrediente a mais no processo de recuperação dos pequenos. A Marília é do Ceará e está há dois anos com a filha em Curitiba. Para ela, ações do tipo deixam de lado a monotonia do ambiente hospitalar.

O Hospital Pequeno Príncipe realiza ao menos 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS), recebendo pessoas de várias partes do país para tratamentos complexos, como transplantes e procedimentos de recuperação para doenças que afetam os rins, fígado, coração, ossos e medula óssea. Por ano, são mais de 249 mil consultas, 20 mil cirurgias e incontáveis histórias de solidariedade.