Depois de protestar após uma abordagem de um segurança durante seu período de compras em um supermercado Atacadista de Curitiba, a professora Isabel de Oliveira, de 43 anos, publicou nas redes sociais um vídeo onde relata que pediu ajuda a Polícia Civil, mas que o problema teria sido “minimizado”.

O caso foi registrado durante o feriado de Páscoa. No relato da vítima, ela diz ter sido seguida por um segurança dentro de uma das unidades do supermercado Atacadão, em Curitiba, após tentar fazer compra no local.

Como forma de protesto, ela e o marido voltaram ao estabelecimento. Isabel, que também é pesquisadora em Teatros Negros, tirou a roupa e fez suas compras apenas com trajes íntimos. Ela foi novamente abordada por um segurança.

Em nota, enviada nesta segunda-feira (10) a rede Atacadão S.A. disse que “apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida”. Que além disso “possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório” e “realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra”.

Em janeiro deste ano, os crimes de racismo e injúria racial tiveram suas penas equiparadas, se tornando inafiançáveis e imprescritíveis. No Paraná, conforme último levantamento feito pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), de janeiro a outubro de 2022, foram 1.170 ocorrências de injúria racial e 148 de racismo. No período, os dois crimes ainda não tinham sido equiparados.

A reportagem de CBN Curitiba procurou a Polícia Civil, que divulgou, durante a tarde desta segunda-feira, que ainda não havia sido notificada sobre o caso. No final da tarde, informou que foi aberto inquérito para investigação.

A denúncia para este tipo de situação deve ser feita em uma delegacia ou pelo telefone Disque 100.

* Matéria atualizada às 19h50