A Carne de Onça de Curitiba é um patrimônio cultural da cidade, que tem título de originalidade concedido pela prefeitura da capital. O prato típico carrega fama, inclusive internacional, e faz parte da história curitibana. Por esse motivo, a iguaria teve um pedido de reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) protocolado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na modalidade Indicação de Procedência.

O prato consta no Top 10 do ranking de Melhores pratos com carne crua do mundo, segundo a plataforma croata TasteAtlas, que mapeia artigos e críticas gastronômicas. De acordo com o ranking, são avaliados os melhores pratos e as receitas típicas de diversos países, que leva em conta críticas e avaliações feitas por usuários e profissionais do mundo inteiro. A classificação dos pratos tem notas de 1 a 5 e a carne de onça curitibana recebeu a nota 3.7.

O reconhecimento é importante em razão da relevância do prato e também da localização da produção do alimento específico, que enaltece a história do prato, além de tradição e cultura, como explicou Márcia Giubertoni, consultora do Sebrae, que está a frente do processo pela entidade e assessorou a Associação Amigos da Onça no pedido de certificação.

O nome do prato é cercado de muitas histórias, mas a receita é bem simples, e com sabor único. Leva broa com carne bovina magra moída, cebola branca, cebolinha verde, tudo bem picadinho, e também azeite extravirgem, sal e pimenta do reino. Entre os acompanhamentos está o molho de mostarda que pode ser o tradicional ou a mostarda escura.

Márcia Giubertoni contou umas das histórias que teria dado nome ao prato.

O criador do Festival da Carne de Onça de Curitiba e editor do Portal Curitiba Honesta, Sérgio Medeiros, falou sobre a importância de receber esse reconhecimento de Indicação Geográfica de Procedência (IG).

Segundo Sérgio Medeiros, o Festival da Carne de Onça, que já teve sete edições, contribuiu para que curitibanos e turistas conhecessem a iguaria. Medeiros também falou sobre algo inédito que pode acontecer, pois a broa de centeio está em estágio mais avançado para obter o reconhecimento nacional, feito pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Paraná.

Ter a Indicação Geográfica garante aos consumidores que o produto tem formulação e um modo de preparo que segue um protocolo em qualquer lugar, seja em um boteco mais simples ou em um restaurante mais refinado.

Um dos empresários do setor gastronômico da capital, Beto Madalosso, disse que o nome do prato ajudou a iguaria ter fama.

A rádio CBN Curitiba foi às ruas para saber a opinião dos curitibanos sobre a carne de onça e entre os entrevistados o prato faz sucesso. Foi o que afirmou Marcelo Vinícius, que tem lembranças de comer carne de onça desde a infância.

O curitibano Bruno Cani, que mora na região Norte do Brasil, disse que quando vem a Curitiba sempre come carne de onça.

Mauro Milek também é fã de carne de onça e quando tinha restaurante também preparava o prato típico.

O prazo para a confirmação da certificação pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial leva de seis meses até dois anos.

Até o momento, o estado conta com 12 produtos que possuem registro de Indicação Geográfica (IG) e é o terceiro estado com mais certificados no país. Fica atrás apenas de Minas Gerais, com 16 títulos e Rio Grande do Sul com 13.