O cenário macroeconômico de inflação e taxa de juros em alta, além da redução na renda média da população, que ajudam a explicar a queda no consumo das famílias brasileiras, já afetam a produção nas indústrias do Paraná.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que no primeiro semestre deste ano a produção industrial do estado caiu 1% na comparação com o mesmo período de 2021. O resultado acompanhou a tendência nacional, que ficou negativa em 2,2% no mesmo período.

Na região Sul, Santa Catarina teve o pior resultado (-5,4%) e o Rio Grande do Sul fechou o semestre com ligeira alta (+0,4%).

Segundo a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), essa desaceleração no ritmo de produção nas fábricas já vem ocorrendo desde o fim do último trimestre do ano passado, por conta de aspectos de ordem econômica.

Nos últimos 12 meses, a produção industrial do Paraná acumula ligeira alta de 0,6%. Porém, mês a mês, o ritmo vem caindo. Em janeiro, era de 7,8%. Veio desacelerando em fevereiro (7,5%), março (5,8%), abril (2,1%) e, em maio, chegou a 0,6%, mesmo valor registrado agora.

“A política monetária no Brasil, de elevação da taxa de juros para conter o aumento da inflação, aliada à queda na renda média do brasileiro, desestimula o consumo”, afirma a Federação.

“Com receio do endividamento e para garantir o mínimo necessário para seu sustento, as famílias adiam compras e fazem cortes no orçamento. Essa condição impacta nas vendas do comércio e, consequentemente, a produção nas indústrias”, explica a Fiep.

Setores industriais

Nos primeiros seis meses deste ano, das 13 atividades avaliadas pelo IBGE no Paraná, oito tiveram resultado abaixo do esperado.

O pior desempenho foi do setor moveleiro (-16%), seguido por máquinas aparelhos e materiais elétricos (-15,6%), madeira (-10%), minerais não-metálicos (-7,5%) e fabricação de produtos de metal (-3,7%). Segmentos importantes na composição do PIB industrial do estado também ficaram negativos.

Alimentos caiu 2,5% e, automotivo, 2%. Entre os que ainda estão crescendo neste ano estão bebidas (27%), petróleo (3,5%), celulose e papel (3%), máquinas e equipamentos (1,5%) e produtos químicos (1%).

Por: Andressa Tavares com assessoria