A engenheira de alimentos Patrícia Napoli, de Curitiba, já tinha comprado um pacote de viagens na plataforma da 123 milhas. A experiência anterior motivou o planejamento de uma viagem para Portugal nas próximas férias dela e do marido, no mês de setembro deste ano. Os dois estavam na expectativa para a emissão das passagens quando a empresa anunciou a suspensão dos bilhetes obtidos em pacotes promocionais.

Depois do abalo inicial com a notícia, o casal se informou sobre os passos seguintes e decidiu se adaptar, com o planejamento de uma viagem para outro local.

Assim como aconteceu com outros clientes, Patrícia procurou todas as informações possíveis para minimizar os danos. No Paraná, cerca de mil consumidores ingressaram com reclamações no Procon nos últimos cinco dias, desde o anúncio da suspensão da emissão de passagens nos próximos meses.

As reclamações foram registradas por meio das plataformas virtuais e também presencialmente na sede do órgão em Curitiba. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (23).

O órgão notificou a empresa por quebra de contrato, dando prazo de 20 dias para que responda uma série de questionamentos, com possibilidade de multa de até R$ 12 milhões.

A coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, relembra as questões enviadas para a 123 milhas.

O Procon ainda reforçou as orientações para os consumidores lesados. A primeira ação é entrar em contato direto com a empresa por meio dos canais do serviço de atendimento ao consumidor, em geral por telefone ou de forma virtual, e guardar os protocolos e provas do contato.

Após o contato com a empresa, é hora de formalizar a reclamação no Procon-PR, por meio da plataforma consumidor.gov.br (ou pelo aplicativo), no site do Procon-PR ou indo presencialmente à sede do órgão em Curitiba (Rua Emiliano Perneta 47, no Centro). Também pode se dirigir a um dos 60 Procons municipais em todo o Paraná.

Paralelamente, as pessoas lesadas podem tentar reaver valores pagos entrando em contato diretamente com os bancos, pedindo o cancelamento da compra no cartão de crédito, débito ou pix, por meio da opção “Contestação de Pagamento”, ou, ainda, a interrupção de pagamento em casos de compras parceladas.

Caso ainda não tenha encontrado uma solução após todos estes procedimentos, o consumidor pode entrar com um processo na Justiça comum ou no Juizado competente da sua comarca. Para aqueles que não têm condições de custear um advogado, a recomendação é procurar a Defensoria Pública do Paraná.

* Matéria atualizada às 17h55

* Com informações da AEN