A discussão em torno da conquista da tarifa zero em Curitiba tem agora novos estudos empenhados pela Urbs, que atualmente é quem administra o transporte público da capital. A entidade, representada pelo presidente Ogeny Neto, revela que há diversos levantamentos que apontam alternativas possíveis para a redução do valor da tarifa cobrada do usuário.

De acordo com Ogeny, há a necessidade de integração das linhas metropolitanas, já que Curitiba recebe milhares de moradores das cidades em seu entorno diariamente.

Um exemplo é a cidade de Araucária que utiliza 4% do sistema de Curitiba. Com o pagamento deste percentual, poderia reduzir em R$15 milhões as despesas do sistema da capital.

Mas, além da desorganização na integração entre municípios, outro fator que representa um custo alto do transporte, segundo a Urbs, são as gratuidades. O custo mensal para isentar idosos e estudantes chega a R$1 milhão.

São cerca de 16% dos passageiros que circulam por Curitiba sem pagar a passagem, 10,26% são idosos e outros 1,30% têm o passe escolar, por exemplo.

Ainda conforme a Urbs, seria necessário o subsídio de R$ 1 bilhão por ano para o transporte para manter as gratuidades sem onerar os cofres da capital. O valor viria de uma política nacional que deve ser adotada pelo governo federal em apoio ao setor.

A instituição menciona que houve uma queda acentuada de usuários durante a pandemia, o que também tem dificultado a arrecadação, uma vez que as linhas operam normalmente independente da lotação.

Contudo, conforme o presidente da instituição, o principal desafio é o crescimento do transporte individual, que hoje acaba sendo vantajoso ao usuário.

As declarações foram feitas dentro de uma reunião da Comissão de Transporte e Tarifa Zero da Câmara Municipal de Curitiba. Os vereadores têm cerca de quatro meses para entregar um relatório com apontamentos feitos sobre o setor. Um novo contrato do transporte coletivo de Curitiba será firmado a partir de 2025.