A publicação institucional feita em uma rede social pela prefeitura de Antonina, no Litoral do Paraná, continha informação falsa relacionada à prevenção da dengue, de acordo com o Ministério Publico do Estado (MPPR). A recomendação do órgão foi pela exclusão de uma postagem que indicava suco de inhame cru como um possível tratamento para a doença, como explicou o promotor de Justiça Alan Bolzan.

A administração municipal acatou a recomendação administrativa enviada pela 1ª Promotoria de Justiça da comarca e apagou a publicação. Conforme o Ministério Público, foi identificado um possível dano à saúde pública com a divulgação da informação infundada.

Segundo o MP, a orientação não possui nenhum tipo de comprovação científica e não é indicada pelas autoridades de saúde.

Por meio de um ofício enviado na última sexta-feira, dia 15 de março, a Secretaria Municipal de Saúde de Antonina confirmou a exclusão da publicação postada nas redes sociais e justificou que teria ocorrido por um “erro humano”, pois a publicação não teria sido previamente autorizada pelo gestor público.

Outra recomendação feita pela Promotoria de Justiça, além da remoção da publicação, foi para que os agentes públicos do município de Antonina busquem informações em fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde, para elaborar comunicados feitos à população, especialmente os que são direcionadas à prevenção da dengue e de outras enfermidades.

A infectologista do Hospital São Marcelino Champagnat, Camila Ahrens, afirmou que as informações divulgadas à população devem ser precisas e baseadas em comprovações científicas.

O boletim da dengue divulgado pela Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), nesta terça-feira (19), apontou que o estado apresenta elevação do número de casos e tem mais de 113 mil confirmações da doença, além de 60 mortes.

O aumento expressivo do número de casos confirmados de dengue e também de mortes levou o governo do estado a decretar situação de emergência em saúde pública, no Paraná, na última semana.

A atuação da Promotoria de Justiça tem como preceito assegurar à população o recebimento de orientações seguras, baseadas em evidências científicas, para evitar a propagação de boatos ou tratamentos não validados cientificamente.

A CBN Curitiba entrou em contato com a prefeitura de Antonina, mas até o fechamento dessa reportagem não recebeu retorno.