O litoral do Paraná tem sua economia ligada a basicamente dois setores: portuário e turismo. Por conta das chuvas que vem atingindo a região e também dos problemas que agravaram a situação das rodovias que ligam a área praiana ao restante do estado, prefeitos dos sete municípios se reuniram com entidades de diversos setores nesta segunda-feira (13) para formalizar um manifesto cobrando o poder público estadual e federal.

De acordo com o presidente da Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (AMLIPA), Marcelo Elias Roque (Podemos), que também é prefeito de Paranaguá, as cobranças para que a BR-277 fosse restaurada vem sendo feitas desde 2022.

Para o prefeito de Morretes, Sebastião Brindarolli Junior (PSD), há uma demora acima do normal e as tratativas acabaram “esquecidas” pelo governo federal.

Os problemas enfrentados estão ligados aos bloqueios frequentes da PR-410, conhecida como Estrada da Graciosa, e um dos percursos turísticos utilizados para ter acesso à cidade de Morretes. Também a BR-376, que passa por obras emergenciais desde novembro, feitas pela Arteris Litoral Sul, concessionária que administra o trecho. Mas principalmente por conta da BR-277, que é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), e enfrenta problemas com desmoronamentos desde o ano passado e também com uma fenda recém-aberta no km 33.

O governador em exercício, Darci Piana (PSD) disse em entrevista à rádio CBN Curitiba que a situação preocupa o governo do estado e por isso também endossou uma cobrança ao Ministério dos Transportes para que seja finalizado o edital do novo modelo de pedágio no Paraná, que para ele, seria uma solução definitiva da situação enfrentada hoje.

Dados da Portos do Paraná, mostram que em fevereiro de 2023, houve 59% menos exportação de soja no Porto de Paranaguá, do que no mesmo mês do ano passado, caindo de 1,09 milhão toneladas para 454 mil toneladas. Segundo o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, isso é reflexo de produtores que têm procurado outros portos para escoar a safra, como os de São Paulo e Santa Catarina.

A cobrança dos prefeitos do litoral e das entidades representativas é por agilidade, mas também por manutenção permanente das estradas. À rádio CBN Curitiba, o novo superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Paraná, Fernando Cesar Oliveira, ressaltou que a polícia tem buscado ajudar a minimizar os impactos causados por bloqueios e interdições, mas que a solução compete aos órgãos executivos.

Ainda não há prazo para quando o novo modelo de pedágio no Paraná vai ser aprovado e implementado. Enquanto isso, os órgãos governamentais é que devem seguir com os cuidados nas rodovias. Em nota, o DNIT afirmou que os serviços no KM 42, da BR-277 onde houve um desmoronamento em novembro do ano passado, estão com 60% das obras concluídas e devem ser entregues até o fim de março. Já o trecho do KM 33, ainda passa por avaliação e não há ainda um cronograma de obra para ser executado.