A ação ficou concentrada em um grupo suspeito de comandar o tráfico internacional de drogas pelo Porto de Paranaguá, no Litoral do estado. Segundo as investigações, os criminosos escondiam pacotes de cocaína em meio às cargas de madeira que seguiam para o exterior.

Ao todo, foram expedidas 16 ordens judiciais em endereços localizados nas cidades paranaenses de Pontal do Paraná e Paranaguá, além de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e Guarujá, no Litoral de São Paulo. A Justiça também decretou sequestro de imóveis, bloqueios de bens e valores existentes nas contas bancárias e em aplicações financeiras das pessoas físicas e jurídicas investigadas.

A operação, chamada de Woodpecker, contou com a participação de policiais federais e agentes da Receita Federal que cumpriram sete mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (13).

De acordo com as informações apuradas durante as investigações, os integrantes do grupo criminoso tinham vínculos com uma empresa que fazia o transporte de contêineres, com cargas de madeira, até o Porto de Paranaguá. Segundo a polícia, os suspeitos manipulavam o agendamento da entrada de caminhões da empresa no Porto de Paranaguá, para atrasar o desembarque dos contêineres e assim ganhar tempo para esconder os carregamentos de cocaína nas cargas de madeira que seriam exportadas.

Com o atraso no descarregamento, o grupo levada a carga para locais onde eram abertas, os paletes de madeira eram desmontados e as tábuas serradas para esconder a droga. Em seguida, os paletes eram remontados. Após a conclusão do preparo da carga com os entorpecentes, o contêiner era levado ao Porto de Paranaguá para ser enviado ao exterior.

Conforme a Polícia Federal, foram identificadas, pelo menos, cinco apreensões de drogas ligadas à atuação do grupo investigado, o que totalizou mais de três toneladas de cocaína apreendida.

As investigações concluíram que alguns investigados aplicavam os recursos adquiridos com o tráfico de drogas na construção e aquisição de imóveis para locação, para, dessa forma, conseguir rendimentos mensais com aparência lícita.

O advogado Frederico Brusamolin, especialista em Direito Penal Internacional, falou sobre a diferença das penas para os crimes praticados dentro e fora do país.

Os integrantes do grupo devem responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para fins de tráfico.