A Polícia Federal fez um balanço parcial do que foi apreendido na Operação Poyais, realizada na quinta-feira (6), no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. A operação mirava uma organização criminosa com atuação no Brasil e diversos países.

A organização criminosa é apontada por prática de crimes contra economia popular, sistema financeiro, além de estelionato e lavagem internacional de dinheiro.

O saldo da Operação Poyais, realizada pela Polícia Federal, na quinta-feira (6), para desarticular uma organização criminosa que aplicava golpes por meio de operações fraudulentas, contabilizou a apreensão, em dinheiro, de mais de R$ 160 mil, aproximadamente U$ 6,5 mil e 840 pesos mexicanos.

Os policiais também apreenderam carros importados, uma maleta com barras de ouro, além de joias, e relógios de luxo. A Justiça Federal ainda decretou o bloqueio de cerca de 910 milhões reais e 17 imóveis.

As investigações foram iniciadas em 2016, no exterior, e só começaram no Brasil este ano. A polícia americana tinha como alvos uma empresa internacional, com atuação nos Estados Unidos, assim como o principal gerenciador, Francisley Valdevino da Silva, morador de Curitiba. Ambos eram investigados pela Força Tarefa de El Dorado, da agência norte-americana de investigação de Nova Iorque, como explica o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace.

 

O golpe, segundo as autoridades, pode ter movimentado cifras bilionárias, que passam de R$ 4 bilhões. A investigação apontou que Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, mantinha cerca de 100 empresas abertas no Brasil.

Em Curitiba, ele desenvolveu uma empresa do ramo de tecnologia. As investigações apontaram que, por meio de um grupo empresarial, muitas pessoas foram enganadas no Brasil, nos Estados Unidos e em, pelo menos, mais 10 países.

As fraudes envolviam marketing multinível e pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas. Foi constatado que o investigado aplicou golpes em milhares de vítimas que acreditavam nos serviços prometidos, entre os quais consistiam no aluguel de criptoativos, com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.

 

Entre as milhares de pessoas que caíram no golpe aplicado pelas empresas do “Sheik dos Bitcoins”, está Sasha Meneghel, filha a apresentadora Xuxa Meneghel. Conforme a Polícia Federal, ela perdeu cerca de 1,2 milhão ao aplicar em criptomoedas.

Conforme as investigações, parte dos recursos captados dos clientes era usado para pagamentos das remunerações mensais, o restante era usado pelo investigado e pela organização criminosa para a compra de imóveis de alto padrão, carros de luxo, barcos e motos aquáticas, além de roupas de grifes, joias e viagens.

Após um determinado período, a organização passou a atrasar e logo deixou de fazer os pagamentos mensais contratados pelos clientes. Da mesma forma, bloqueou os pedidos de saques.

Em nota, defesa do investigado afirmou que a operação é necessária para fazer alguns esclarecimentos e ressaltou que Francisley está à disposição para prestar esclarecimentos na esfera judicial e extrajudicial.