A Polícia Civil do Paraná concluiu nesta quinta-feira (14) o inquérito que investiga o homicídio do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloízio de Arruda. Ele foi morto a tiros na própria festa de aniversário pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho no último dia 9 em Foz do Iguaçu. O agente foi indiciado por homicídio qualificado.
Em coletiva de imprensa, a delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa, detalhou o resultado das investigações.
Segundo a Polícia, Guarancho disparou quatro vezes e dois tiros atingiram Arruda. Já o guarda municipal disparou dez vezes e quatro projéteis atingiram o agente federal. Durante as investigações foram ouvidas 17 pessoas.
A delegada explicou que o agente penal foi indiciado por matar o guarda municipal e também por colocar a vida de outras pessoas em risco.
A Polícia Civil indicou que não há provas de que o crime ocorreu por motivo de cunho político. O estado de saúde de Jorge José da Rocha Guaranho ainda é grave – ele permanece internado em UTI.
O Partido dos Trabalhadores do Paraná se manifestou por meio de nota com relação ao inquérito apresentado pela Polícia Civil do Paraná.
O PT entende que “as conclusões que constam no inquérito apresentado pela Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública, são prematuras, e que podem levar a interpretação de que o que teria ocorrido com Marcelo, seria fruto de uma briga comum sem motivações políticas, narrativa esta, contestada pelos fatos amplamente divulgados na imprensa, com imagens e depoimentos que provam a motivação política do crime”.
Ainda na nota, o PT diz que vai fazer um apelo para que “este inquérito seja federalizado com a participação da Justiça Eleitoral, PGR e STF, para que salvaguardem o direito dos cidadãos, a manifestarem livremente suas opções políticas, sem que corram risco de serem assassinados”.
O PT termina a nota dizendo que considera o encerramento das investigações apressado e que o resultado é “uma ofensa à família de Marcelo, além de um prognóstico preocupante de conivência das autoridades com os futuros episódios de violência que ameaçam as eleições deste ano.
O que ocorreu com Marcelo Arruda não pode ser naturalizado, tão pouco banalizado, sob o risco de que a democracia brasileira sofra um processo traumático e sem precedentes de ruptura. Continuaremos na luta por justiça para Marcelo e contra toda forma de violência política”.