Um estudo sobre a compreensão da população sobre os impactos na qualidade dos oceanos mostra que o Sul do Brasil é a região com maior entendimento da população sobre o impacto que provocam nos oceanos. 88% da população do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul demonstraram ter o entendimento sobre o assunto.

Além disso, 69% disse ter ciência de que são responsáveis de alguma forma pelos impactos, enquanto 25% dizem não impactar em nada o ambiente marinho.

Os dados fazem parte de uma pesquisa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com UNESCO e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foram ouvidos 2 mil pessoas, homens e mulheres entre 18 e 64 anos, de todas as classes sociais, em municípios das cinco regiões do País.

A gerente de Projetos da Fundação, Janaína Bumbeer, destaca que essa melhor compreensão tem impacto no cuidado do meio ambiente.

 

Ainda segundo ela, o objetivo dessa pesquisa foi traçar um entendimento da cultura oceânica no país. Em contrapartida, apenas 29% da região estaria disposta a fazer algo para cuidar dos oceanos.

Para a professora universitária fundadora e diretora da ONG Parceiros do Mar

Silvia Turra Grechinski, a conscientização sobre o consumo e uso do plástico vem melhorando. Ela começou a atuar na área quando sua irmã morreu afogada após se enroscar em um artefato usado em pesca.

O pescador Romildo Ferreira conta que a poluição é uma preocupação para o seu próprio sustento que vem diretamente do mar. Ele conta que sempre coleta resíduos pela rede de pesca.

A pesquisa também mostrou que o descarte incorreto do lixo e a poluição são os impactos mais mencionados. O estudo trouxe ainda informações sobre hábitos e comportamentos da população que geram impacto no meio ambiente, como a escolha e consumo de produtos mais sustentáveis; a disposição para reduzir o uso de plásticos, embalagens, canudos e copos plásticos descartáveis; e a busca por informações sobre a procedência dos alimentos que vêm do mar.

Na região Sul, a priorização de produtos com menor impacto ambiental, por exemplo, é sempre ou quase sempre adotada por 53% das pessoas, enquanto 59% evitam compras que não necessitam e 21% usam ou priorizam a energia renovável e menos poluente.