Foram quase oito horas de samba na Avenida Marechal neste sábado e domingo. Os preparativos começaram antes das 20h10, quando a primeira escola do grupo especial desfilou e se estendeu até quase 3h da madrugada, quando a última, Mocidade Azul, finalizou a festa. De acordo com a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), pelo menos 40 mil pessoas prestigiaram o desfile no sábado (10).

O evento foi marcado pela diversidade cultural. Da história do Carnaval da cidade até a rota do café, os enredos tiveram diferentes homenagens.

A primeira escola a entrar na avenida foi a Deixa Falar, que ano passado conquistou vaga para o grupo especial. A escola contou a epopeia do samba, fazendo um recorte de uma história cheia de personagens, de momentos e de riqueza cultural.


A Imperatriz da Liberdade escolheu para compor o seu enredo a história de Zé Pelintra, uma entidade de cultos afro-brasileiros, especialmente a umbanda.


A Enamorados do Samba contou a história do café, rota de ricas histórias, cultura e desenvolvimento. O enredo também homenageia os Irmãos Rebouças, considerados os primeiros afrodescendentes brasileiros a cursar uma universidade.


O desfile da Escola de Samba Acadêmicos da Realeza exaltou Zumbi dos Palmares como líder e inspiração.


A Mocidade Azul levou para a avenida do samba a história do Carnaval de Curitiba, suas escolas e sua evolução, desde o início do século 20 até a atualidade. A escola mostrou que, apesar de muitas vezes negado ou ignorado, o Carnaval de Curitiba, de origem humilde, preta e periférica, sempre existiu.

Simone Neves desfilou na Acadêmicos da Realeza. Já não é a primeira vez. Mas a emoção é sempre grande, como se fosse a estreia.

Joice Escorzato foi curtir o samba na avenida pela primeira vez e já tem uma escola do coração.

A história de Regiane Sacerdote está ligada com a do Carnaval de Curitiba. Desde pequena participa da folia.

Mais uma apaixonada pelo carnaval é a Tatiane Botacini. Curtiu cada minuto com muita alegria e respeito a todas as escolas participantes.

E não foram só os curitibanos que curtiram o desfile. Shirlei Martin é peruana e mora aqui na capital com a família, há nove anos. Levou os filhos, que vibraram com as atrações das escolas.

Isabel Carmello sempre desfila em uma das escolas, mas neste ano ficou só na plateia.

Amanda Freitas veio com os amigos de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba.

Antes de a última escola desfilar, houve uma interrupção temporária de energia que gerou um apagão parcial. O problema gerou um atraso de uma hora. Enquanto isso, a Mocidade animou a torcida e a festa seguiu, até a escola sair da avenida.