Mesmo após três anos sem alta na tarifa do transporte coletivo da capital paranaense, sendo que só nos últimos dois anos o preço ficou congelado devida à pandemia da Covid-19, o aumento anunciado pela Urbs já está em vigor a partir desta terça-feira, dia 1º de março, não agradou os usuários do transporte público de Curitiba.

Para a arquiteta e urbanista Bruna Ultechak o preço da passagem pode ser comparado ao preço da gasolina. Bruna acredita que muitas pessoas vão deixar de usar o transporte coletivo na cidade.

O assistente administrativo Joaz Gomes Lavino sabia que em algum momento haveria aumento, mas diz que foi pego de surpresa ao pagar a passagem. Ele comenta que vai ter impacto no orçamento, já que nos deslocamentos entre a casa e o trabalho utiliza quatro ônibus por dia.

A funcionária do Pequeno Cotolengo, Roseli Aparecida Machado Lucacheski, diz que é absurdo o aumento do valor da tarifa. Segundo a passageira, que usa diariamente o transporte coletivo, não houve melhorias no serviço prestado. Roseli fala que ela e o marido levantam às 5h da manhã e sempre pegam o ônibus lotado desde o bairro onde moram, o Tatuquara.

Moradora da Região Metropolitana, a vendedora Daiana Dalzoto, ainda não sente o efeito do aumento no valor da passagem, que só começa a valer a partir do dia 15 de março na Grande Curitiba, mas diz que o reajuste pesa no bolso de quem paga a própria passagem e também para o empregador. Ela também comenta que diminuiu o número de vendedores na loja de calçados em que ela trabalha, devido à alta nas despesas e a queda das vendas no comércio.

Funcionário de uma floricultura na Praça Rui Barbosa, Rômulo da Silva Costa, fala que esse aumento foi muito elevado, pois antes os reajustes giravam em torno de 25 ou até mesmo 50 centavos. Ele argumenta que muitas pessoas foram pegas de surpresa com essa alta.

O ouvinte Alex Vinícius Fatel fala que Curitiba só tem uma alternativa para melhorar o transporte público, que seria a implementação de metrô na cidade

Já o morador da capital, Adir de Lima, argumenta que o aumento é justificado por consequências das despesas que as empresas de ônibus têm com a manutenção dos veículos.

Conforme a Prefeitura de Curitiba, entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2021, o diesel subiu 76% e o biodiesel 131%. Apesar dessas altas, o executivo municipal alega que o reajuste da tarifa para o usuário ficou abaixo de 22%, em linha com a inflação geral medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).