Rei do Futebol, vencedor de três mundiais com a seleção brasileira (1958/1962/1970) e de dois com o Santos (1962/1963), Pelé deixou em Curitiba um legado muito além dos 1.283 gols que marcou. Edson Arantes do Nascimento, que completaria 83 anos nesta segunda-feira (23), foi apresentado ao diretor do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro da Silva Carneiro, pelo médico Nilton Santos e pela neurocientista Mara Cordeiro. Deste encontro nasceu em 2006 o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. “Por conta do Nilson e da Mara, nos sentimos encorajados a criar o Instituto, que virou referência entre as organizações que atuam na assistência, ensino e pesquisa em pediatria. E o Pelé compartilhou momentos muito especiais com todos aqui”, afirma Carneiro.

Entre as conquistas desta parceria, o diretor do Pequeno Príncipe destaca uma triagem genética que avaliou 170 mil bebês nascidos no Paraná. “Por meio de uma gota extra de sangue do teste do pezinho, procuramos detectar uma mutação genética indicativa da possibilidade de desenvolvimento do câncer de córtex adrenal. As crianças com a mutação passaram a ser monitoradas e aquelas que desenvolvessem o tumor viriam para sua remoção em nosso centro cirúrgico. A ideia era comprovar, via diagnóstico precoce, a cura. Se retirado o tumor, a doença não volta”, completa o diretor do Pequeno Príncipe.

O médico Nilton Santos faleceu aos 87 anos, em 2020, vítima de infarto, em Curitiba. Pelé, que lutava contra um câncer de cólon, morreu aos 82 anos, no dia 29 de dezembro do ano passado, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Para José Álvaro Carneiro, lembrar dos dois amigos é um grande motivo para a instituição levar adiante o trabalho. “Sei que, onde estiverem, Pelé e Nilson, torcem para que todos os pequenos possam ter acesso à saúde e à educação, e assim poder transformar este planeta em um ambiente mais bem orientado pelo amor ao próximo e à natureza”, conclui.