De acordo com as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 17,3% da população paranaense vivia na pobreza no ano passado, enquanto 3,7% estava na extrema pobreza. Isso representa mais de dois milhões de pessoas. Os parâmetros utilizados seguem as linhas propostas pelo Banco Mundial, onde viver na pobreza significa uma renda per capita mensal equivalente a R$ 486, e na extrema pobreza quem recebe até R$168 mensais per capita.

Para Jucimeri Isolda Silveira, doutora em Serviço Social e mestre em Sociologia, os números apontam um movimento vivido em todo o Brasil.

Além do aumento da quantidade de pessoas abaixo da linha da pobreza, o rendimento médio domiciliar per capita diminuiu, pela terceira vez consecutiva. Em 2018, os ganhos eram de R$1.755, já em 2021 passaram para R$1.529, uma redução de 12,9% em três anos, ficando abaixo, inclusive da média histórica, que teve início em 2012 e era de R$1,6 mil.

No recorte por gênero, o recuo do rendimento foi de 5,5%, sendo maior para mulheres, com diminuição da renda média de 5,7%, frente a 5,3% para os homens. O público feminino tem um rendimento médio de R$ 1.484 e o masculino de R$ 1.575, no Paraná. A expectativa é de que esta redução das condições financeiras e o aumento da população abaixo da linha da pobreza sejam solucionados com políticas públicas.

Na capital paranaense, o IBGE calcula que há 187 mil pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, o equivalente a 9,6% da população curitibana. Entre esse grupo, 45 mil pessoas estão na extrema pobreza.