Uma pesquisa feita pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), apontou em seu Boletim InfoMercado Quinzenal que o Brasil consumiu mais de 66.000 megawatts (MW) médios no mês de janeiro, o que indica uma leve queda de 0,7% em comparação ao mesmo período de 2021.

Esse resultado se deve a uma diminuição do mercado regulado (ACR), que leva energia elétrica para pequenas empresas, comércios e residências. De acordo com o boletim, essas unidades consumidoras respondem pela maior parte do consumo de eletricidade, que utilizou cerca de 44.000 MW médios, montante 3,2% menor na comparação anual.

Já no mercado livre (ACL), que abastece a indústria e grandes empresas, como shoppings e redes varejistas, foram consumidos menos de 23.000 MW médios, o que representa alta de 4,7% em relação a janeiro de 2021, segundo a CCEE.

Outro ponto importante, que impacta diretamente o mercado regulado, é a instalação de painéis solares em residências e empresas, o que reduz o consumo do Sistema Interligado Nacional (SIN). Conforme a CCEE, se não existisse esse tipo de alternativa, a redução no mercado regulado seria menor, apenas 1,9%.

Em janeiro, o monitoramento por região indicou que o Paraná registrou a maior alta no consumo de energia, 12%. Seguido por Mato Grosso, com alta de 10%, além de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia, que avançaram 8% cada um. Segundo a pesquisa, a alta no consumo nesses estados foi influenciada pelo cenário climatológico, com ondas de calor mais intensas no primeiro mês do ano.

Conforme a pesquisa, as maiores retrações foram constatadas em regiões com o maior volume de chuvas, como Piauí, que teve -12%, Paraíba com -8% e Rio de Janeiro que apresentou -7%.

Segundo os dados, na geração de energia as hidrelétricas aumentaram sua representatividade em 11%, no mês de janeiro, resultado de um cenário hidrológico favorável nas últimas semanas. Como consequência, as termelétricas tiveram uma participação menor, com redução de 27% na comparação anual. Também teve influência a boa incidência de sol nas regiões onde estão localizadas as usinas fotovoltaicas que contribuíram para um avanço de cerca de 60% na geração de energia solar. Em compensação os parques eólicos produziram menos 17% energia.