As ocorrências de incêndio quase dobraram no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram 2.555 registros de incêndio nos três primeiros meses do ano passado. Já em 2024, foram 4.609 ocorrências durante o mesmo período, o que representa uma elevação de mais de 80% nos atendimentos feitos pela Corporação.

Segundo o levantamento, a maior parte dos incêndios foi registrada em terrenos baldios, residências e também em locais com acúmulo de lixo. Conforme o Corpo de Bombeiros, muitos princípios de incêndio poderiam ser evitados, pois são decorrentes da ação humana. Esse tipo de descuido da população, aliado à chegada do outono, que é uma estação mais seca, com chuvas esparsas, favorece a ocorrência de incêndios em todo o estado.

A capitã do Corpo de Bombeiros, Luisiana Guimarães, disse que é possível prevenir muitos incêndios ao agir de maneira consciente e cuidadosa, além de dar algumas dicas para a população.

As sobrecargas no sistema elétrico também podem levar à formação de focos de incêndio, como destacou Luisiana Guimarães.

Outra ocorrência que chama a atenção são os incêndios florestais registrados em parques e reservas ambientais, além dos que acontecem em áreas de plantações e próximos às rodovias. Conforme o Corpo de Bombeiros, esses registros aumentam entre o outono e o inverno, período que favorece as queimadas.

De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), no fim do mês março, fiscais do instituto foram acionados para controlar princípios de incêndios próximos ao Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, e no Parque Estadual do Monge, na Lapa. As duas ocorrências tinham em comum a origem dos focos de fogo, que foram gerados por velas acesas em lugares inadequados ou por bituca de cigarro jogada na vegetação ainda acesa.

Esse tipo de irresponsabilidade já foi constatado em outras Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo IAT, como a Serra da Baitaca, que fica entre os municípios de Piraquara e Quatro Barras; no Pico do Marumbi, localizado entre Morretes, Piraquara e Quatro Barras; no Rio da Onça, em Matinhos; e também no Parque Estadual de Ibiporã, no Norte do estado.

Incêndios ambientais comprometem a biodiversidade e também diversas espécies de plantas e animais, como explicou o gerente de Áreas Protegidas do Instituto Água e Terra, Jean Alex dos Santos.

Em todo o estado, são 72 Unidades de Conservação catalogadas pelo IAT. Esses refúgios englobam mais de 26 mil km² de áreas protegidas pela legislação. Desse total, 25 unidades estão abertas para visitação.

A orientação do Corpo de Bombeiros é para que qualquer princípio de incêndio, seja em residências, indústrias ou em áreas de mata, deve comunicado pelo telefone 193. Durante a ligação, é importante fornecer o máximo de detalhes possíveis sobre o local e as condições do incêndio, para facilitar a atuação das equipes.