O Governo do Paraná divulgou o valor do novo salário-mínimo regional a ser aplicado no estado para trabalhadores de categorias que não possuem sindicatos ou acordos e convenções coletivas de trabalho.

Segundo a Secretaria de Justiça, Família e Trabalho, o menor valor passa dos atuais R$ 1.467 para R$ 1.617. Já o maior valor passará dos atuais R$ 1.696 para R$ 1.870.

Os valores foram definidos nesta quarta-feira (12) a partir da reposição do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 10,06%. A pasta ressalta que o valor do salário-mínimo regional é o maior do país.

No entanto, para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Paraná (Dieese-PR), Sandro Silva, mesmo com a reposição da inflação, o salário-mínimo regional está muito aquém do que o necessário, principalmente, para as pessoas de baixa renda.

Para se ter ideia do impacto do salário-mínimo regional, em Curitiba, por exemplo, a inflação foi maior do que a recomposição dada pelo Estado.

Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital paranaense registrou a maior inflação do país em 2021, com índice de 12,73%, quase 2,7% a mais do que a média nacional.

Sandro Silva explica os fatores para que a inflação em Curitiba disparasse.

O economista explica ainda que a previsão para 2022 não é boa e o cenário continuará sendo de preocupação.

Como efeito de comparação, o menor salário-mínimo regional no Paraná é quase cinco vezes menor do que o considerado adequado para uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) que, segundo o Dieese, seria de aproximadamente seis mil reais.