O Paraná é o estado com o maior consumo de cigarro eletrônico no país, com 4,5% da população adulta fazendo uso desses dispositivos. Os dados são do levantamento da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), que mostram que a utilização do dispositivo no Paraná era de 0,9% seis anos atrás. Em nível nacional, o consumo do cigarro eletrônico cresceu quase 600% em seis anos.
A pesquisa foi divulgada em meio à possibilidade da regulamentação de cigarros eletrônicos no país. Até o momento, o consumo e comercialização são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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Por serem proibidos, a ex-diretora da Anvisa e consultora da BAT Brasil, Alessandra Bastos, destaca que os produtos são importados e não trazem informações sobre as substâncias utilizadas e a procedência, fator que mudaria com a regulamentação.
Ela defende que a proibição não se encaixa mais na atual realidade porque foi criada quando ainda haviam poucos estudos sobre esses dispositivos, em um período em que a venda não possuía a popularidade atual.
Além disso, ela destaca que as regras sanitárias podem auxiliar na proibição de estímulos infanto-juvenis nas embalagens, bem como a limitação da quantidade de nicotina, lembrando que a venda pela internet não possui restrição de idades.
Inicialmente a chegada dos cigarros eletrônicos foi marcada pela promessa de serem menos agressivos que o cigarro comum, mas acabou se popularizando entre jovens que não eram fumantes.
É justamente essa popularização que tem tornado o dispositivo uma crise sanitária no país. O médico pneumologista cooperador da Unimed Curitiba, Jonatas Reichert, destaca que um dos principais riscos do cigarro eletrônico é a intoxicação, que pode levar a problemas pulmonares ainda na juventude.
Diante dos riscos, a orientação de profissionais de saúde é parar com o consumo de tabaco o mais cedo possível, iniciativa que costuma ser desafiadora para pessoas que já possuem o vício.
É por isso que o médico cita alguns pilares que podem ajudar a largar o cigarro, como a conscientização dos riscos e também o acompanhamento psicológico.
Em Curitiba, a lei antifumo proíbe o uso de cigarros eletrônicos em áreas de uso comum desde dezembro do ano passado, quando a lei foi ampliada para esses dispositivos eletrônicos.
A legislação determina que os estabelecimentos coloquem placas para informar os clientes sobre a proibição.