O governo do Paraná lançou uma campanha para reforçar a importância do aumento da cobertura vacinal no estado. Desde 2015, o índice de imunização para crianças tem diminuído e o número de pessoas vacinadas contra a gripe ficou abaixo da meta para o ano passado, segundo números divulgados pelo próprio estado e pelo Ministério da Saúde.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que a cobertura imunológica contra a poliomielite no Paraná diminuiu de 90,5%, em 2015, para 83,25% em 2022. Nesse mesmo período, a aplicação da vacina BCG, que protege contra a tuberculose, caiu de 101%, quando mais do que a população prevista foi imunizada, para 87,5%, no ano passado.
Os números da vacinação contra a gripe também foram insuficientes em 2022, segundo o Ministério da Saúde. No Paraná, 3.813.727 doses foram aplicadas, o que representa 69% do público-alvo. O ideal era de que a cobertura vacinal atingisse, pelo menos, 90% das pessoas. O estado ficou à frente do Rio Grande do Sul, com 65,2%, e Santa Catarina, com 63,4%.
Segundo a especialista em Saúde Coletiva e Administração Pública, Ivana Maria Saes Busato, a vacinação é o meio ideal de se combater determinadas doenças. Ela explicou que, quanto maior a quantidade de pessoas imunizadas, menores os riscos de se transmitir problemas.
O Paraná é o sexto estado do Brasil em proporção de doses aplicadas e distribuídas, atrás do Espírito Santo, Amapá, Sergipe, Paraíba e São Paulo. O estado teve o índice de vacinação contra a gripe superior à média nacional, que registrou 68,1%. Porém, no ranking das unidades federativas, ocupa a 14ª posição na cobertura. Para a professora, muito da baixa adesão se deve às notícias falsas com relação à vacinação.
Na peça publicitária, pai e filho conversam sobre a necessidade de se vacinar. A propaganda é veiculada na televisão, rádio, jornais e em meios digitais. A iniciativa é parte do projeto de promover campanhas para incentivar a vacinação. A ideia integra o Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, iniciativa lançada no final do ano passado Conselho Nacional do Ministério Público, do qual o Paraná é membro desde o ano passado.
Propaganda do Governo do Paraná reforçar a importância da vacinação no estado. Reprodução/YouTube.
Ivana contou ainda que é preciso respeitar os calendários vacinais.
Para o governo do estado, o medo de eventos adversos, medo de agulhas, a falta de percepção do risco sobre as doenças e as fake news do movimento antivacina no período da pandemia de Covid-19 acabaram influenciando na queda dos números.