Há cinco anos o Paraná ocupa as primeiras posições no ranking das agressões contra jornalistas. Ameaças, agressões físicas e verbais, ataques virtuais, impedimento ao exercício profissional, assédio moral e sexual e até atentados estão no pacote.

Segundo os dados do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (SindiJor), de 2017 a 2021, foram registrados 62 casos de violência contra os profissionais da comunicação no estado. Em 2021, segundo o ranking elaborado, o Paraná é o quarto estado em violência contra jornalistas.

Nesta segunda-feira (11) representantes do SindiJor usaram espaço na Tribuna da Assembleia Legislativa para falar sobre o tema.

O presidente da casa, deputado Ademar Traiano disse que o legislativo precisa garantir amparo à categoria.

Célio Martins, presidente do SindiJor, afirmou que as ocorrências são trágicas e lamentáveis.

A diretora de defesa corporativa da instituição, Aline Rios, que acompanha as situações de violência contra jornalistas há três anos, lembrou que os fatores que mais motivam as agressões estão relacionados à cobertura política e à pandemia.

De acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entre 2017 e 2021, no Brasil, foram 140 casos de censura, 132 de descredibilização da imprensa, seguido de agressões verbais, ataques virtuais, ameaças, intimidações, agressões físicas, cerceamento de liberdade de imprensa, até injúrias raciais e assassinatos. Os números da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) apontam que no ano de 2022 foram 119 ataques, uma média de um a cada três dias. Sendo que 38% foram relativos a gênero; 32 contra mulheres; oito homofóbicos e um transfóbico.

Já a Ong Repórteres Sem Fronteiras (RSF) revela que entre 2020 e 2021, o Brasil perdeu quatro posições na avaliação dos países e do ambiente de trabalho para profissionais da imprensa. Está em 111º lugar na classificação geral. A RSF classifica o Brasil “como um país em que a liberdade de imprensa encontra-se em situação difícil”.