A preocupação do setor vem acompanhada de previsões climáticas extremas. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), 75% do estado está em situação de alerta para estiagem. Os níveis vão desde seca fraca até severa. Essa área mais crítica atinge os Campos Gerais, algumas cidades do Sul do estado, estende-se pelas regiões Central, Norte, Noroeste e Oeste do Paraná.
Conforme especialistas, a chegada do fenômeno La Niña também preocupa, já que traz seca para o Sul do país.
A Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa) informou que, por enquanto, o mercado está bem abastecido, principalmente com hortaliças folhosas, como alface, repolho e couve-flor. No entanto, a preocupação é com a oferta de alguns produtos já para as próximas semanas, como explicou Evandro Pilati, técnico e orientador de mercado da Ceasa.
Essa situação tem reflexos em algumas culturas, inclusive nas que já foram plantadas, e pode elevar os preços.
Aliado à estiagem, o Paraná também sofre com as queimadas, que podem começar de forma espontânea, em razão do tempo seco e da falta de chuva, mas também há incêndios que são provocados de forma criminosa.
O presidente interino da Federação da Agricultura do Paraná (Sistema Faep), Ágide Eduardo Meneguette, falou que até o momento, o estado registrou 11.115 casos de incêndio e bateu o recorde de 2019, que foi 10.835 ocorrências. Além disso, ressaltou que muitos incêndios começam em área de mata e estendem-se para áreas de produção agrícola.
As perdas causadas no setor são expressivas. Seca e queimadas geram redução na produção agrícola, atrapalham as janelas de plantio e resultam em dificuldade de acesso ao crédito e à renegociação de dívidas.
O Sistema Ocepar, formado pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado, orienta os produtores em casos de incêndios, como explicou Salatiel Turra, analista técnico da Ocepar.
Segundo Salatiel Turra, as alterações climáticas afetam diretamente os ciclos de produção.
Alessandro Panasolo, CEO da Vankka Carbon, advogado especialista em Direito Ambiental, falou sobre os prejuízos que os incêndios acarretam para a produção agrícola.
O Paraná decretou situação de emergência devido à estiagem.