O Paraná é o estado com a maior quantidade de doações de órgãos no país. Os números foram divulgados no primeiro boletim da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e indicam os dados do primeiro trimestre de 2023.

No Paraná, a taxa de doações foi de 42,8 por milhão de população. O índice é maior que a média nacional, que está em 17,5. Em segundo lugar aparece Santa Catarina, com 42,5, Ceará com 25,5 e Distrito Federal, com 24,6.

O estado é ainda o que tem a menor taxa de recusa familiar para a realização da doação de órgãos no país. O índice é de 30%, enquanto a média no país é de 45%. No estado, 3,3 mil pessoas aguardam por um transplante, segundo o Sistema Estadual de Transplantes.

O Paraná é o segundo estado com a maior quantidade de transplantes de fígado, com média de 23,8 por milhão de população. Em primeiro lugar está o Distrito Federal, com 42,7. Já para o transplante de rim, o Paraná está na quinta posição, com 36,9 procedimentos, atrás do Distrito Federal, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco.

O procedimento para córnea e medula óssea teve índice de 88,6, atrás de São Paulo, Distrito Federal, Ceará e Santa Catarina. A coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes, Juliana Giugni, destacou que após o período crítico da pandemia de Covid-19 as doações estão voltando a subir.

A fila de espera é maior para quem aguarda por um rim, com 1.847 pessoas. Em segundo lugar, está para o transplante de córnea, com 1.231 pessoas. O Paraná foi um dos 11 estados a realizar o transplante de coração, com nove procedimentos efetuados.

O transplante de coração se tornou chance de uma nova oportunidade para o Elson Kunze, que sofria de uma cardiopatia desde jovem. A situação de sua saúde se agravou, e no ano passado, os remédios já não surtiam efeito. A única solução era o transplante de coração, que realizou na Santa Casa de Curitiba.

Depois de cerca de um ano do procedimento, ele comemora a oportunidade de sentir um novo coração bater no peito. Para ele, a doação de órgãos é uma ferramenta de solidariedade.

A doação de órgãos precisa ser autorizada pela própria pessoa em vida. A vontade do indivíduo precisa ser manifestada pela família na hora da doação, para que outra família possa ter a alegria de presenciar a cura de uma pessoa depois de momentos difíceis gerados por conta de alguma doença.