Objetos projetados por sobreviventes do Holocausto, que estavam no Supremo Tribunal Federal (STF) e também no Palácio do Planalto, foram danificados pelos manifestantes extremistas que invadiram Brasília no domingo (8).

As obras de dois sobreviventes do Holocausto foram avariadas pelos manifestantes extremistas que invadiram os prédios dos três poderes, em Brasília, no domingo (8). Segundo informações, esculturas e objetos projetados pelos poloneses Jorge Zalszupin e Frans Krajcberg ficavam no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal (STF).

A destruição causada ainda está sendo avaliada pelas autoridades. Entre as obras danificadas também há um relógio dado à Dom João VI, em 1808, e um quadro do pintor Di Cavalvacanti.

Por meio de uma rede social, o Museu do Holocausto de Curitiba informou que móveis feitos por um sobrevivente do Holocausto, o arquiteto e designer polonês Jorge Zalszupin, também foram depredados. De acordo com o museu, as cadeiras usadas pelos ministros do STF foram projetadas pelo polonês.

Jorge era judeu, nascido em Varsóvia, sobreviveu ao Holocausto e fugiu para a Romênia, onde estudou arquitetura. Em 1949 imigrou para o Brasil.

Imagens divulgadas pela imprensa mostraram que, durante a invasão à Suprema Corte, as poltronas projetadas por Jorge foram arrancadas do plenário e jogadas na rua, assim como o brasão da república.

O Museu do Holocausto lembrou que as peças foram projetadas pelo polonês nos anos 1960 a pedido de Oscar Niemeyer. O convite foi para o arquiteto e designer desenvolver móveis para gabinetes e palácios na construção de Brasília.

O coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss, afirmou que a destruição das obras ataca a identidade nacional.

Carlos Reiss descreveu o que sentiu ao tomar conhecimento da depredação de obras e objetos. Ele lembrou que os poloneses sobreviverem à barbárie do nazismo, na Europa, mas por ironia do destino, suas obras foram depredadas por extremistas no Brasil.

O Museu do Holocausto informou que móveis feitos pelo arquiteto e designer polonês Jorge Zalszupin foram depredados. De acordo com o museu, as cadeiras usadas pelos ministros do STF foram projetadas pelo polonês. Jorge era judeu, nascido em Varsóvia. Sobreviveu ao Holocausto e fugiu para a Romênia, onde estudou arquitetura. Em 1949 imigrou para o Brasil. Ele foi naturalizado brasileiro e ficou conhecido como um dos maiores ícones do design e do modernismo nacional.

Imagens divulgadas mostraram que, durante a invasão à Suprema Corte, as poltronas projetadas por Jorge foram arrancadas do plenário e jogadas na rua, assim como o brasão da república.

O Museu do Holocausto lembrou que as peças foram projetadas pelo polonês nos anos 1960 a pedido de Oscar Niemeyer. O convite foi para o arquiteto e designer desenvolver móveis para gabinetes e palácios na construção de Brasília.

Outra obra depredada foi uma escultura em madeira, que ficava de parede do Palácio do Planalto, feita pelo também polonês Frans Krajcberg. Galhos de madeira que faziam parte da peça foram quebrados e jogados no chão. De acordo com o Governo Federal, a escultura estava avaliada em R$ 300 mil.

Krajcberg também era judeu. Nascido em Kozienice, na Polônia, mudou logo no início da 2ª Guerra para Częstochowa. Algum tempo depois, conseguiu refúgio na antiga União Soviética. Estudou Engenharia e Artes na Universidade de Leningrado.

O Museu do Holocausto lembrou que o artista imigrou para o Brasil em 1948, para reconstruir a vida após perder toda a família em um campo de concentração nazista.

O coordenador-geral do museu falou que os sobreviventes do Holocausto que se integraram à sociedade brasileira e reconstruíram suas vidas aqui.

Ambos os sobreviventes do Holocausto já morreram. Frans Krajcberg faleceu em 15 de novembro de 2017, aos 96 anos, no Rio de Janeiro, e Jorge Zalszupin morreu em 17 de agosto de 2020, aos 98 anos.