Polícia Civil prendeu nove pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema fraudulento encabeçado por um funcionário terceirizado da Sanepar. De acordo com as investigações, ele desviava dinheiro que deveria ser devolvido aos consumidores após pagamentos de faturas em duplicidade. Na delegacia, ele disse que passou a embolsar valores depois de perder dinheiro em jogos de aposta.

As investigações começaram há três meses, quando a própria companhia de saneamento constatou a fraude. A ação policial desta quinta-feira (13) aconteceu simultaneamente em Curitiba, Araucária e São José dos Pinhais, com o cumprimento de uma série de mandados de busca e apreensão e prisão, além de ordens de bloqueio de contas bancárias, conforme detalhou o delegado Emmanoel David.

Entre os crimes investigados estão furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e associação criminosa. De acordo com a Polícia Civil, esse funcionário terceirizado desviou cerca de 90 mil reais. Ele trabalhava na empresa há um ano e vinha cometendo as ilegalidades de dentro da companhia de saneamento há cinco meses.


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O suspeito tinha entre suas funções fazer a devolução de valores quando era constatado mais de um pagamento para uma mesma fatura de água. Ele, no entanto, se aproveitava da posição para transferir o dinheiro para contas bancárias de terceiros. Posteriormente, os valores eram redirecionados às contas pessoais do investigado, prática que caracteriza lavagem de dinheiro.

Na delegacia, ele revelou que passou a fazer os desvios após perder dinheiro em apostas.

A estimativa é de que esse funcionário terceirizado tenha desviado valores de 40 faturas. De acordo com o gerente de planejamento e desenvolvimento comercial da Sanepar, Guilherme Arioli, ele foi demitido e os prejuízos causados por ele foram absorvidos pela empresa, com a devolução dos valores desviados aos consumidores lesados.

Ainda de acordo com a Sanepar, procedimentos antifraude foram aperfeiçoados desde a descoberta do esquema. Neste mês, entrou em operação um sistema de checagem automática para a devolução de valores cobrados em duplicidade, com base no CPF ou CNPJ vinculado às matrículas. A companhia diz que foram definidos também critérios mais rigorosos para a aprovação de devoluções além da revisão no controle dos processos relacionados a esse tipo de movimentação financeira.