Uma ação integrada entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil do Paraná (PCPR) cumpriu, durante a manhã desta quinta-feira (8), 33 mandados judiciais contra uma organização criminosa que realizava saques em caminhões de carga. O prejuízo dos furtos pode ter chegado a R$ 3 milhões.
A polícia cumpriu sete apreensões de veículos, dez mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão. A ação aconteceu, simultaneamente, nas cidades de Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná, no litoral paranaense, e em São Bento do Sul, no estado de Santa Catarina.
Ao todo, 70 policiais atuaram na operação. Os investigadores identificaram que o grupo criminoso aproveitava panes nos caminhões, acidentes ou congestionamentos para realizar os saques de carga. Geralmente, os materiais roubados eram sojas ou fertilizantes.
Os assaltantes rompiam os lacres que trancavam o compartimento dos caminhões onde estava a carga, causando o vazamento do material pela rodovia. Depois, outras pessoas recolhiam os grãos do chão. As investigações duraram seis meses e o grupo furtava caminhões que iam ao porto de Paranaguá.
O delegado responsável pelo caso, o André Feltes, destacou que desde o fim da concessão da BR-277, a limpeza dos grãos que caem na pista passou a ser feita por internos de uma Organização Não Governamental (ONG) que atende dependentes químicos na cidade do litoral paranaense. O problema surgiu quando o vazamento de carga passou a ser provocado.
O grupo de criminosos utilizava a ONG para não transparecer que a carga era saqueada. A organizaçã era acionada para retirar a carga despejada na pista. O material recolhido era encaminhado aos integrantes da quadrilha. Há suspeita de que os internos eram obrigados a realizar o serviço de coleta. O superintendente da PRF no Paraná, Fernando Oliveira, falou sobre o caso.
A polícia identificou que a ONG recebeu diversos repasses financeiros do líder do grupo criminoso pelo serviço de coleta da carga. A organização era utilizada ainda para não evidenciar a origem ilícita do material, que era repassado pelos criminosos sem emissão de notas fiscais ou com emissão de notas fraudulentas.
O grupo criminoso utilizava falsas doações para não transparecer que o pagamento realizado era em troca dos serviços de furto de carga. Os investigados poderão responder por crimes como furto qualificado, receptação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.