Dois homens, considerados líderes do grupo investigado, foram presos nesta quarta-feira (6), segundo informações da Polícia Federal. As prisões temporárias foram feitas nas cidades de Curitiba, no Paraná, e Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
A operação foi deflagrada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal do Paraná, em parceria com a Receita Federal, no início da manhã desta quarta-feira (6), em 17 cidades nos estados do Paraná, Santa Catarina e Ceará, e tem como alvo integrantes de um grupo criminoso que utilizava o dinheiro do tráfico de drogas para comprar imóveis, veículos e objetos valiosos para dissimilar a origem real dos recursos.
Batizada de Follow de Money, a operação também contou com o apoio da Polícia Militar de Santa Catarina para cumprir 35 ordens judiciais. Desse total, havia 33 mandados de busca e apreensão, além dos dois mandados de prisão, que foram cumpridos em Curitiba, Pinhais, Piraquara, Campina Grande do Sul, Fazenda Rio Grande, Tijucas do Sul, Pontal do Sul, Matinhos, Santo Antônio do Sudoeste, Londrina e Loanda, no estado do Paraná. Também houve mandados cumpridos em Balneário Camboriú, Dionísio Cerqueira, Itajaí, Itapoá e Barra Velha, em Santa Catarina; além da cidade de Barroquinha no Ceará.
Durante a operação foram encontrados diversos veículos importados, maquinário agrícola, jet-skis e outros artigos valiosos. Em algumas bolsas encontradas dentro de carros importados foram apreendidos mais de R$ 150 mil em espécie.
Segundo as investigações, há fortes indícios que os integrantes da organização criminosa tentavam camuflar o patrimônio e os rendimentos obtidos com o tráfico de drogas. As ações criminosas eram lideradas por um empresário da região de Curitiba com negócios no ramo de transportes, construção e aluguel de máquinas pesadas.
O responsável pela organização já foi preso por tráfico internacional de drogas e para despistar a polícia utilizava documentos falsos. O líder do grupo usava dezenas de pessoas e empresa laranjas para não chamar a atenção. Havia veículos de luxo em nome pessoas sem condições financeiras de comprar bens de alto valor, além de imóveis que eram utilizados para moradia do líder do grupo e foram comprados em nome de uma imobiliária e de uma empresa. Ao todo, foram adquiridos três imóveis de alto padrão na capital paranaense.
Durante as investigações, a polícia identificou duas remessas de cocaína que estariam vinculadas ao grupo criminoso. Em uma delas, a droga estava escondida em uma lixeira de metal que seria transportada para o Nordeste, com 700 kg de cocaína, que posteriormente seria enviada para o exterior. A outra apreensão foi feita em um navio rebocador, em Santa Catarina, com aproximadamente 800 kg de cocaína.
Ficou constatado que uma das empresas do líder da organização gastou aproximadamente R$ 18 milhões na compra de máquinas pesadas para locação e prestação de serviços e também em despesas pessoais, como explicou auditor-fiscal da Receita Federal, Ivens Lopes Ribeiro.
A investigação apontou que o grupo contava com o apoio de um contador que dava aparência de legalidade aos recursos, tanto que as empresas em nome do chefe do grupo apresentavam declarações fraudulentas de faturamento à Receita Federal.
As ordens judiciais expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba preveem o sequestro de dezenas de imóveis, contas bancárias e de veículos com suspeita de ligação com a organização criminosa.
Os investigados podem responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, organização criminosa e sonegação fiscal.