Policiais federais cumprem 85 ordens judiciais na manhã desta quinta-feira (8). A operação tem como alvos pessoas que tiveram, de alguma forma, participação na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, em janeiro de 2023, para obter vantagem política já que objetivo era manter o ex-presidente da República no poder, mesmo após a derrota nas eleições em outubro de 2022.

Ao todo, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares no Paraná e em mais nove estados. Entre eles estão Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, há mandados de medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

Essa fase da operação chamada de Tempus Veritatis, concluiu durante as apurações que as pessoas investigadas atuavam em grupos distintos para divulgar informações falsas sobre o sistema eleitoral e propagar que havia fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, mesmo antes mesmo da realização das eleições. Segundo as investigações, havia nessas ações a tentativa de desestabilizar e desacreditar o pleito com o intuito de legitimar uma intervenção militar, por meio de milícia digital.

Segundo a Polícia Federal, o núcleo atuou na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falsa de que havia fragilidade no sistema eletrônico de votação. Esse discurso foi amplamente repetido pelos investigados desde 2019, situação que continuou sendo espalhada mesmo após o resultado do segundo turno da eleição presidencial.

Já o segundo núcleo atuava para financiar todas as ações de modo a conseguir a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

A operação batizada de “Tempus Veritatis” significa, em latim, a hora da verdade.