A Polícia Civil ainda tenta localizar o condutor de uma Mercedes avaliada em R$ 2 milhões que causou um acidente na Avenida Silva Jardim, em Curitiba, na madrugada deste domingo (15). O motorista fugiu do local. Quem atua em investigações de acidentes de trânsito diz que esse tipo de ação tem sido recorrente na capital paranaense.

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento no qual o veículo, desgovernado, bate contra outro carro e, na sequência, atinge dois postes e uma placa de sinalização, no bairro Rebouças. O veículo foi apreendido pela Polícia Militar. O delegado Edgar Santana falou sobre o caso.

O carro atingido pela Mercedes também foi abandonado na avenida. A Polícia Civil ainda não sabe o motivo de os ocupantes do outro carro terem evadido do local. O delegado aponta que as informações obtidas ainda são preliminares, mas que a investigação esclarecerá o fato.

Agentes da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito de Curitiba foram encaminhados até o local para ajudar na sinalização. Dois postes da Copel precisaram passar por manutenção e moradores ficaram sem energia elétrica. O delegado indica que a fuga do flagrante tem se tornado comum e que o número é alarmante.

O especialista em trânsito Hugo Alexander analisa que casos de acidentes do tipo podem ter relação, na maioria, pelo excesso de velocidade dos condutores. Em alguns casos, os motoristas são flagrados acima do dobro do limite de velocidade.

Em agosto, um condutor de 28 anos causou um grave acidente na Avenida das Torres, ao transitar a 181 km/h em uma via na qual o limite é de 70 km/h. Houve uma explosão e o condutor do carro atingido pela batida, de 36 anos, acabou morrendo.

O motorista do carro que causou a colisão, uma BMW, fugiu do local do acidente e só se apresentou dias depois para a Polícia Civil. Outro fator que gera acidentes, apontado pelo especialista em trânsito, é o consumo de bebida alcoólica ou drogas.

O especialista explica que a evasão, por muitas vezes, também está relacionada ao medo de retaliação de testemunhas que estejam no local do acidente. Outro motivo também é a tentativa de o motorista achar que poderá se eximir da responsabilidade.

Hugo Alexander aponta que pode haver falha mecânica ou mal súbito. No entanto, ele diz que é incoerente que o proprietário de um veículo de luxo não tenha dinheiro para realizar manutenções preventivas. Para ele, o problema também está relacionado à ética.

A Polícia Civil ainda apura o acidente registrado na Avenida Silva Jardim para verificar as possíveis responsabilidades. Com relação ao acidente na Avenida das Torres, o condutor do carro que causou a batida segue preso e responderá pelo homicídio da vítima.