A quantidade de pessoas em situação de rua acolhidas pelas casas de passagem e instituições de apoio em Curitiba aumentou 30% ao longo da última semana por conta dos grandes temporais na capital. As informações foram divulgadas pela Fundação de Ação Social (FAS), que realiza o trabalho de acolhimento dessas pessoas.
Por causa dos temporais que atingem a cidade nos últimos dias, a prefeitura decidiu, por meio da FAS, ampliar o número de vagas para moradores de rua nos abrigos da cidade. A Casa de Passagem Belém, no bairro Guabirotuba, foi aberta de maneira emergencial na quarta-feira (4) para acolher esse público. O local funciona 24 horas por dia e tem 80 vagas durante o dia e 200 à noite.
O assessor técnico do gabinete da FAS, Anderson Cristian Walter, explicou que houve, de fato, um aumento no atendimento dessas pessoas após a abertura do novo local, que costuma ser disponibilizado em situações adversas, como quando há grande registro de frio na cidade. Ele disse que a falta de vagas na rede oficial de acolhimento obriga a prefeitura a fornecer novas vagas.
Em Curitiba, são cerca de 1,2 mil vagas para acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Porém, em momentos críticos, outras 300 vagas são disponibilizadas, aumentando para 1,5 mil a capacidade. A prefeitura informou que, nos locais, a população em situação de rua tem acesso a espaço para higiene, alimentação e camas.
O Executivo Municipal também intensificou os serviços de abordagem e acolhimento desde quinta-feira (5) e a ação segue até esta segunda-feira (9), prazo que pode ser prorrogado. Em entrevista à CBN Curitiba, o prefeito em exercício Eduardo Pimentel (PSD) disse, na semana passada, que a cidade está sob monitoramento por conta das chuvas.
As atividades de acolhimento de moradores de rua acontecem, em especial, de 18h à 1h, horário em que uma quantidade maior de agentes saem às ruas para falar sobre o atendimento realizado pela FAS. A proposta da prefeitura é complementar o trabalho já realizado pela instituição para a população de rua. Pimentel explicou que não é possível realizar a retirada compulsória dessas pessoas, mas que o serviço segue atuante.
As pessoas acolhidas passam por um trabalho de reinserção, tratamento médico, no caso de dependentes químicos, cursos profissionalizantes gratuitos, reinserção no mercado de trabalho e até a ingresso em programas de habitação.
O coordenador auxiliar do Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública do Paraná, Daniel Alves Pereira, explicou que todo cidadão de rua tem direito à dignidade e que pertences pessoais não podem ser retirados de maneira forçada.
Daniel disse ainda sobre o trabalho realizado pela Defensoria Pública para tentar ajudar a situação dos moradores de rua. O órgão verifica ainda se existem vagas. Em Curitiba, um estudo foi realizado para apurar quantos abrigos existem e se eles estão em boas condições e as ações de fiscalização se estendem por todo o estado.
Na capital, existem 30 unidades para acolhimento de pessoas em situação de rua. A prefeitura orienta que, em caso de identificação de algum indivíduo em situação de risco, o telefone 156 deve ser acionado. É possível entrar em contato ainda pelo site curitiba.pr.gov.br ou pelo aplicativo Curitiba 156.