Um novo confronto entre indígenas e funcionários de fazenda em Terra Roxa, no Oeste do Paraná, foi registrado no fim da manhã desta sexta-feira (06). Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, policiais da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), que faziam o patrulhamento ostensivo em uma fazenda área rural da cidade, negociaram com autoridades para evitar a confusão e foram atacados por indígenas, que tomaram uma arma de fogo das autoridades. Uma pessoa ficou ferida.

Após negociações a ama de fogo foi devolvida. A Delegacia de Polícia Federal em Guaíra, também no Oeste, encaminhou o dispositivo para perícia, colheu o depoimento dos policiais e vai instaurar inquérito policial para apuração dos fatos.

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A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) informou, por meio de nota, que vai encaminhar na próxima segunda-feira (9), um pedido de audiência com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para cobrar medidas do governo federal contra a invasão de terras rurais no oeste do Estado.

“Diante do cenário de caos, o Sistema FAEP vai pedir uma audiência urgente com o ministro para debater ações que tragam segurança jurídica para os nossos produtores rurais. Há tempos estamos alertando para a escalada da violência na região. Precisamos de medidas urgentes e enérgicas”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Meneguette.

A região convive com uma longa lista de invasões envolvendo indígenas neste ano. Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu uma ação para demarcação de territórios indígenas no Paraná. Por 9 votos a 2, os ministros decidiram, em plenário virtual, a favor de questionamentos contrários ao processo de regularização.

O julgamento dos ministros a favor dos agricultores derrubou uma decisão de Edson Fachin que, em janeiro, suspendeu ações que impediam a demarcação. Por conta disso, a área segue sem uma definição sobre quem pode ou não ocupar.

O Paraná registrou, em 2023, pelo menos 11 mortes violentas de indígenas, segundo números divulgados pelo relatório de Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil do Conselho Indigenista Missionário.

A delimitação da terra indígena em Guaíra foi publicada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2018, mas anulada pela própria Funai em 2020, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).