A Polícia Civil do Paraná iniciou a manhã desta segunda-feira (26) com uma operação contra um grupo criminoso ligado ao tráfico de animais silvestres e exóticos. Segundo as investigações, os traficantes atuavam dentro e fora do país. Ao todo, foram expedidas 24 ordens judiciais.

Dos 11 mandados de prisão temporária, oito foram cumpridos no Paraná e um em Santa Catarina. De acordo com a Polícia Civil, ainda há duas pessoas foragidas.

Também foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão. Nos endereços que eram alvos das investigações, os policiais encontraram mais e 250 animais que foram apreendidos durante a operação. Havia pássaros e aves, como trinca-ferro, azulão e araras, diversas espécies de cobras, jabutis, iguanas, entre muitos outros animais que foram levados para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente do Paraná (DPMA).

Os mandados foram compridos simultaneamente e a maior parte ficou concentrada no Paraná, principalmente em Curitiba e na Região Metropolitana, nas cidades de Araucária, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Colombo e Campina Grande do Sul. Também houve mandados em Matinhos, no Litoral do Paraná, e na cidade de Joinville, em Santa Catarina.

As investigações começaram há oito meses, em junho de 2023, e ficou constatado que o tráfico era realizado por aplicativos de mensagens e as entregas feitas pelos Correios e também por aplicativos de entrega de mercadorias.

O delegado Guilherme Dias, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, explicou que os animais eram vendidos no atacado, para outros traficantes, e também no varejo, mas durante o transporte, a maioria acabava morrendo.

Guilherme Dias ressaltou que os traficantes conseguiam qualquer animal da fauna brasileira.

Conforme as investigações, os criminosos administravam quase 30 grupos de aplicativos de mensagens, destinados exclusivamente para o tráfico dos animais silvestres e exóticos, além de dezenas de outros grupos com mais de 20 mil membros em todo o Brasil, com conexões internacionais no Paraguai e na Venezuela.

O grupo também utilizava documentos falsos para vender os animais. Os valores de algumas negociações, averiguados durante as investigações, variaram entre R$ 50 mil e R$ 200 mil.

Quem tem interesse em adquirir um animal silvestre ou exótico deve entrar em contato com órgãos ambientais para receber as devidas orientações.

A partir de agora, o destino dos animais vai depender das condições de saúde e também da readaptação na natureza.

As pessoas investigadas podem responder pelos crimes de tráfico de animais, falsificação de documento público, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Além das Polícias Civil, Militar e Científica, a operação contou com a participação de diversos órgãos, como o Instituto Água e Terra, a prefeitura de Curitiba e o Criadouro Onça Pintada.

Por meio de nota, os Correios informaram que trabalham em parceria com os órgãos de segurança e fiscalização para coibir o tráfego de itens proibidos. Muitas das apreensões realizadas são resultados do processo de fiscalização realizado pelos Correios. Quando a empresa identifica itens suspeitos, os órgãos de segurança e fiscalização são acionados.