A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e o Detran-PR cumpriram nesta manhã de quarta-feira (1) 42 mandados judiciais contra um grupo criminoso acusado de “esquentar” carros roubados através do sistema de transferências de veículos do próprio Detran. Dez pessoas foram presas e outras três foram colocadas em monitoramento eletrônico. Os alvos alugavam senhas de despachantes e modificavam informações sobre automóveis roubados, como explica o delegado Edgar Santana da Delegacia de Delitos de Trânsito.

Os chamados testa de ferro, são pessoas que emprestavam o nome para se tornarem proprietários momentâneos dos veículos. Em seguida, era feita a venda do automóvel para um terceiro, que acabava sendo vítima do grupo. O proprietário do automóvel verdadeiro só percebia que o seu carro não estava mais em seu nome quando fosse pagar os impostos, ao consultar os documentos do veículo pela internet ou ao receber notificação informando mudança de titularidade. Pelo menos 16 vítimas tiveram carros de luxo clonados.

As suspeitas começaram, segundo o Detran-PR, depois que uma vítima que teve o carro tirado do seu nome procurou a instituição. Dezenas de casos parecidos foram identificados, levando a nove meses de investigações, como detalha Adriano Furtado, diretor-geral do Detran-PR.

De acordo com Marcos dos Santos Júnior, presidente do Sindicato dos Despachantes do Estado do Paraná (Sindepar), diz que os despachantes vêm enfrentando problemas com a insegurança do sistema do Detran-PR e vários trabalhadores do setor registraram boletins de ocorrência sobre o roubo de senhas.

A polícia vai continuar investigando para saber qual é a parcela de participação de despachantes, se havia uma colaboração ou outros crimes como o hackeamento de contas foram praticados. Já o Detran-PR abriu um procedimento para atender as vítimas do esquema, que ao perceber a situação devem entrar em contato com a instituição.