No Paraná, a estimativa é de que cerca de 200 mil pessoas estejam aguardando por uma cirurgia eletiva neste início de ano. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que a fila exata destes procedimentos está sendo compilada em um programa de gestão que integra os sistemas do Estado, município e consórcios.

Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que o Paraná realizou 4,3 mil cirurgias por meio do Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF), entre março e outubro de 2023. Na região Sul foram realizadas 52 mil cirurgias eletivas. Para 2024, a pasta já disponibilizou R$ 65,2 milhões para continuidade do programa no Paraná.

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Dados da Sesa revelam que em 2023, entre janeiro e setembro, foram realizados mais de 411,8 mil procedimentos cirúrgicos eletivos ambulatoriais e hospitalares no Paraná, uma média de 45,7 mil procedimentos por mês. O número é 17% maior do que a média de 2022, quando o Estado registrou cerca de 39 mil cirurgias mensais, num total de 468 mil durante todo o ano.

A estimativa é de que até dezembro do ano passado o Paraná tenha registrado cerca de 550 mil cirurgias, superando os dados de 2019, quando o Estado registrou o maior número da história, com 509,7 mil procedimentos realizados.

De acordo com Eduardo Baptistella, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), a fila está sendo monitorada. Frequentemente há conversas com a Sesa para acompanhamento da situação.

A cirurgia de catarata é uma das mais realizadas no estado, segundo o especialista.

A pandemia de Covid-19 impactou diretamente as cirurgias eletivas, que foram suspensas em função da necessidade de deixar as estruturas hospitalares totalmente dedicadas para os pacientes com a doença. Além disso, entre 2022 e 2021, houve vários momentos de escassez de insumos e medicamentos, o que forçou a suspensão temporária deste tipo de procedimento sem urgência. Para o vice-presidente do CRM-PR não é possível zerar a fila de espera, apesar dos esforços.

A orientação para as pessoas que estão aguardando na fila é de não abandonar o acompanhamento médico.

O estado tem um programa para dar vazão a essa fila: o Opera Paraná. Na primeira fase do programa, foram investidos R$ 150 milhões do Tesouro do Estado que resultaram em um incremento de 41% (de 331.787 para 468.450) no número de cirurgias realizadas entre 2021 e 2022.