No julho amarelo, campanha nacional de prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais, prefeitura de Curitiba reforça a necessidade de imunização contra a Hepatite B, vacina disponível no sistema público de saúde e que ainda tem baixa adesão da população adulta.

Na série histórica de vigilância dos casos de hepatites virais em Curitiba, foram identificadas em 2007, 140 pessoas com Hepatite B, 207 casos em 2017 e 285 diagnósticos positivos em 2022. Na Hepatite C, foram 209 casos confirmados em 2007, 396 em 2017 e 269 casos positivos em 2022.

A vacina é aplicada em três doses e está disponível nas Unidades de Saúde da capital paranaense.

Atualmente existe vacina contra a Hepatite B no calendário de imunização da criança, mas os adultos que não foram vacinados na infância não estão protegidos contra a doença e precisam buscar a aplicação nas Unidades de Saúde.

As pessoas que não sabem se foram imunizadas contra a Hepatite B podem verificar no aplicativo Saúde Já Curitiba se está em dia com a vacinação.

A Secretaria Municipal da Saúde está enviando mensagens pelo aplicativo para todas as pessoas acima de 30 anos que estão com a vacina contra a Hepatite B pendente.

Se a pessoa perdeu o prazo de aplicação entre as doses, pode retomar o esquema vacinal para completar as três aplicações necessárias para garantir a imunidade contra a doença. O intervalo recomendado é de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entra a primeira e a terceira dose.

Características

A hepatite é uma inflamação do fígado e pode ser causada tanto por vírus quanto pelo uso de medicamentos, álcool e outras drogas, bem como por doenças autoimunes. As hepatites virais são classificadas pelas letras A, B, C, D e E. As mais comuns são as Hepatites A, B e C.

Para as hepatites A e B existem vacinas disponíveis no sistema público, que estão incluídas no calendário de imunização da criança definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

A vacina contra a Hepatite A é aplicada em apenas uma dose, aos 15 meses de idade da criança. Entre as hepatites, é a que tem o maior número de casos e a contaminação está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e tem cura.

Já a transmissão da Hepatite B se dá por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção é a vacina, associada ao uso do preservativo. No calendário vacinal da criança a vacina da Hepatite B tem o esquema de quatro doses: ao nascimento e aos 2, 4 e 6 meses de vida. Nos demais públicos são três doses para garantir a imunidade.

A Hepatite C tem como principal forma de transmissão o contato com sangue. Não existe vacina contra a doença, mas há tratamento e cura, com medicamentos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde. A doença pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo esta segunda a forma mais comum, de caráter silencioso, sem sintomas, que evolui sorrateiramente e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. Aproximadamente 60% a 85% dos casos se tronam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo.

O Ministério da Saúde recomenda que todas as pessoas acima de 40 anos façam o exame para detecção da Hepatite C, tendo em vista que o controle sobre o sangue, como em transfusões, é relativamente recente.

Série histórica

No período de 2000 a 2022, foram diagnosticados, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, 750.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 169.094 (22,5%) são referentes aos casos de hepatite A, 276.646 (36,9%) aos de hepatite B, 298.738 (39,8%) aos de hepatite C.

Campanha

Desde 2019, foi instituído no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 a campanha Julho Amarelo com o objetivo de alertar sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais. O mês foi escolhido em decorrência do Dia Mundial das Hepatites Virais, comemorado em 28 de julho, data criada em 2010 pela OMS.

Com assessoria.