O deputado federal Luiz Carlos Hauly (Podemos) tomou posse como deputado federal substituto de Deltan Dallagnol (Podemos) na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (13). O parlamentar discursou durante a cerimônia de posse, em que realizou o juramento que parlamentares devem fazer antes de serem nomeados.

Durante o discurso, o deputado pediu união por parte dos parlamentares, e criticou o embate político ferrenho no cenário de polarização no Brasil. Hauly tem 72 anos, é professor, economista, e foi eleito deputado federal por sete vezes, entre 1991 e 2009. Também foi vereador, prefeito de Cambé e já atuou como secretário da Fazenda do Paraná.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o cargo de substituto de Dallagnol seria de Hauly. O placar foi de 6 votos a 3 em favor deo deputado. O partido havia pedido na suprema corte uma decisão para que a vaga fosse da legenda, e não do Partido Liberal, como previa o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Ele disse que é preciso olhar pela necessidade da população.

No mês de maio, o nome de Itamar Paim (PL) havia sido anunciado pelo tribunal eleitoral no Paraná, e ele chegou a ser diplomado para o cargo. Na decisão, o tribunal havia considerado que Hauly não havia conseguido 10% do quociente eleitoral e que, por isso, não poderia assumir. O entendimento foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal. Hauly defendeu a reforma econômica e a tributária.

O ministro Dias Toffoli acabou acatando o pedido do partido de Hauly, e a iniciativa teve que ser votada em plenário. Além de Toffoli, votaram a favor de Hauly os ministros André Mendonça, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Roberto Barroso. Os ministros Edson Fachin, Luiz Fux e Rosa Weber divergiram do relator.

Em 2022, Deltan Dallagnol, ex-procurador da Operação Lava Jato no Paraná, foi eleito deputado federal com 344 mil votos, o mais votado no estado. Porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceitou denúncias contra a candidatura do ex-procurador, que culminou na perda do mandato do parlamentar.

Para os ministros da corte, Dallagnol infringiu a Lei da Ficha Limpa ao antecipar a exoneração do cargo de procurador para se candidatar a deputado federal. Na visão dos ministros, o ex-deputado tentou se livrar de possíveis processos disciplinares vigentes para se tornar parlamentar.