Uma mulher que impediu que um cadeirante negro acessasse a área destinada a pessoas com deficiência em um ônibus da linha Capão Raso/Santa Cândida, em Curitiba, foi indiciada por injúria racial, segundo a Polícia Civil. A ação aconteceu depois que a vítima, Angelino Cassova, de 32 anos, registrou um boletim de ocorrência após sofrer insultos e ser impedido de passar pelo corredor do coletivo. O caso ganhou repercussão depois que uma passageira filmou a situação e publicou nas redes sociais. A situação foi tratada como um ato de capacitismo e racismo.

Cadeirante negro é vítima de racismo e capacitismo em ônibus da capital. Vídeo: Reprodução/Redes Sociais.

Angelino disse em entrevista à rádio CBN Curitiba que não esperava que a situação tivesse desdobramentos e que a agressora fosse encontrada, mas que fica mais tranquilo de ver que atitudes como esta não saem impunes.

Com o indiciamento da mulher, que não teve a sua identidade revelada pela polícia, Angelino, que é estudante de direito, espera que ela seja punida pela atitude, já que além de impedir a passagem a mulher chegou a perguntar se estaria “em uma floresta?” e dizer que não tinha culpa que ele “nasceu assim”.

O cadeirante utiliza a linha diariamente e disse que as dificuldades são inúmeras, desde acessar o ônibus quando as plataformas para a cadeira de rodas não funcionam até pessoas que ficam irritadas por ter que liberar o espaço destinado para deficientes para que ele possa acessar.

Desde janeiro deste ano, a partir de uma alteração legislativa, o crime de injúria racial passou a ser equiparado ao de racismo. Isso significa penas maiores, podendo chegar a cinco anos de prisão.