O Tribunal do Júri, em Curitiba, condenou uma mulher, pela prática de racismo, a 1 ano e 3 meses de prisão. Ela era integrante de um grupo de skinheads denunciado pelo Ministério Público do Paraná por uma série de crimes com motivação nazista praticados em 2005, na capital. O caso de maior destaque foi a agressão grave praticada contra duas vítimas, um homem negro e outro, gay.

As outras sete pessoas do grupo já tinham sido julgadas e condenadas em 2019. O julgamento da ré ocorreu depois dos demais por força de uma liminar judicial.

Além de agredirem violentamente as duas vítimas, que foram atacadas com socos, chutes e golpes de estilete, os denunciados, incluindo a mulher julgada nesta quinta-feira, 27 de julho, espalharam adesivos pelo Centro de Curitiba, com mensagens criminosas, que reverenciavam Adolf Hitler e o nazismo e que incitavam ataques a pessoas da comunidade LGBTQIA+ e minorias.

Nas investigações conduzidas em 2005, durante uma busca e apreensão na casa da mulher e do marido, foi encontrado um par de alianças do casal com gravações de uma suástica, bem como imagens dos filhos do casal, duas crianças, fazendo saudações nazistas.

Segundo o promotor de justiça, Rodrigo Otávio Mazur Casagrande, parte dos crimes prescreveu e ficou somente para ser julgado o caso de racismo, que não prescreve.

Como a mulher está morando no exterior, o Judiciário determinou o retorno dela ao Brasil para que inicie o cumprimento da pena, em regime inicial aberto, com uso de tornozeleira eletrônica, sob pena de decretação da prisão preventiva e comunicação às autoridades internacionais. O marido dela, também denunciado, já havia sido condenado em 2019 a 4 anos e 4 meses de prisão.