Na madrugada desta terça-feira (11), em São José dos Pinhais, uma mulher acionou a Polícia Militar após o ex-marido atingir ela com socos, pontapés e xingamentos. A situação, segundo a vítima é recorrente e com a ajuda da PM ela foi até a delegacia representar um boletim de ocorrência contra o agressor. No entanto, a mulher conta que as ameaças de morte são frequentes.

Situações como esta fazem parte da grande estatística relacionada a violência e ao feminicídio no Paraná. Só em 2023, 13 casos de feminicídio foram registrados, segundo a Secretaria Estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa.

Dados do Tribunal de Justiça (TJPR) apontam que em 2022, foram 44.493 registros de casos de violência doméstica, cerca de 40 mil medidas protetivas autuadas e 274 feminicídios registrados, segundo o Ministério Público (MPPR). O resultado é que a cada hora, cinco mulheres são agredidas verbal, psicológica ou fisicamente no estado.

Para enfrentar esse problema, a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa lançou a campanha estadual “Paraná Unido no Combate ao Feminicídio”. Ela prevê mobilização nas ruas, caminhadas, fóruns de debates e uma campanha publicitária de conscientização contra qualquer forma de violência contra as mulheres.

A secretária da pasta, Leandre Dal Ponte, ressaltou durante o lançamento da campanha, que é preciso unir esforços entre poder público, iniciativa privada e cidadãos para que os casos diminuam. Ela ainda frisou que as mulheres vêm conquistando seus direitos aos poucos e que ter o direito à vida é mais um passo na evolução da sociedade.

Ainda conforme as informações do TJPR, o número de casos de feminicídio cresceu 30% no ano passado. Em 2021, 212 mulheres foram assassinadas por serem “mulheres”. Já em 2020, esse número era de 224 casos e em 2019, foram 211 registros. Os dados representam o resultado final das ameaças, das medidas protetivas descumpridas, das denúncias não feitas e da falta de conscientização.

Para trabalhar no cuidado com as vítimas, a responsável pela Procuradoria da Mulher na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputada Cloara Pinheiro (PSD), contou que houve a criação do Projeto Acolher, que ele já foi aprovado na Casa Civil do Governo, e será voltado ao atendimento de mulheres vítimas de violência.

Vale lembrar que a denúncia de violência doméstica e contra a mulher pode ser feita pelo telefone 180. Mas caso a situação esteja acontecendo e traga perigo à vida da vítima, é necessário acionar a Polícia Militar pelo telefone 190 para que os agentes sejam deslocados até a ocorrência.